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Tarifas de 25% dos EUA sobre aço e alumínio ameaçam exportações do Pará

Estado pode sofrer impactos significativos em sua economia devido às novas medidas protecionistas americanas.

aluminio
Foto: reprodução

O anúncio do governo dos Estados Unidos, no início de março, de que vai aplicar uma tarifa de 25% sobre as importações de aço e alumínio reacendeu o debate sobre protecionismo e seus efeitos na economia global — e o Pará, um dos estados brasileiros mais estratégicos na cadeia de produção e exportação desses metais, pode estar entre os mais impactados.


De janeiro a março de 2025, quase 70% das exportações brasileiras desses produtos foram destinadas aos EUA, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC). Isso representa cerca de 2 milhões de toneladas de aço, alumínio e outros derivados. O valor gerado pelas vendas ao mercado norte-americano chegou a US$ 1,5 bilhão apenas neste primeiro trimestre.


O papel do Pará na cadeia do alumínio


O Pará é uma peça-chave na indústria nacional do alumínio. Com grandes reservas de bauxita, especialmente nas regiões de Paragominas e Juruti, e com a refinaria e a fábrica da Hydro Alunorte em Barcarena — uma das maiores do mundo — o estado concentra boa parte da produção que é posteriormente exportada ou utilizada em etapas mais avançadas da cadeia industrial.


Em 2024, o Pará exportou mais de US$ 835 milhões em produtos para os EUA, com destaque para o setor mineral e metalúrgico. O crescimento de quase 4% em relação ao ano anterior demonstra a dependência comercial do estado em relação ao mercado americano. Com a nova tarifa, o cenário pode mudar rapidamente.


Impactos econômicos para o Pará

Com a imposição da tarifa, especialistas preveem uma queda significativa nas exportações brasileiras para os EUA, estimada em até 11% para o setor. Para o Pará, isso pode representar perdas de centenas de milhões de dólares em receitas de exportação, redução na produção e efeitos indiretos em cadeias de emprego e arrecadação tributária.


Empresas instaladas no estado, como a própria Hydro, podem ser forçadas a redirecionar parte da produção para outros mercados ou desacelerar a operação local, caso os custos inviabilizem a competitividade no mercado americano. Isso afetaria diretamente empregos diretos e indiretos em municípios como Barcarena, Paragominas e Belém.


Reações do governo e perspectivas

O governo brasileiro já manifestou preocupação com as medidas adotadas pelos EUA. Em nota, o MDIC afirmou estar buscando alternativas diplomáticas para mitigar os efeitos das tarifas e proteger os interesses dos exportadores nacionais. No entanto, ainda não há sinal de que os EUA recuarão das medidas, que fazem parte de uma política comercial mais agressiva adotada pela gestão do presidente Donald Trump.


Enquanto isso, empresários e autoridades do Pará monitoram com atenção os desdobramentos da nova política tarifária. A expectativa é de que novos mercados sejam buscados e que haja incentivos para manter a competitividade do setor, que é vital para a economia do estado.

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