Mesmo em um ano duvidoso, as startups brasileiras navegaram em uma onda de investimentos
Parece que as startups e os investidores que estão de olho nelas não são afetados pelo o que acontece no resto do mundo. Mesmo com um ano repleto de altos e baixos, principalmente baixos, o setor de startups no Brasil cresceu ainda mais.
De acordo com o levantamento anual Inside Venture Capital, relatório produzido pelo Distrito, com o apoio do Bexs, as startups brasileiras levantaram cerca de US$ 9,4 bilhões de investimentos, isso no ano passado. Comparando ao ano anterior, os números representam 2,5 vezes mais.
Unicórnios
O ano de 2021 também bateu recorde em nascimentos de unicórnios. Foram 11 que entraram para o clube dos bilhões. Isso significa que o Brasil passou a ter 21 startups nesse patamar.
Setores
O setor que recebeu maior volume de investimentos foi o de fintechs, que captou US$ 3,7 bilhões em 2021 em 176 rodadas, seguido pelas retailtechs (com US$ 1,3 bilhão aportados em 87 transações) e pelas real estate (US$ 1, 07 bilhão em 32 rodadas). Também se destacaram as startups de saúde, que levantaram US$ 530 milhões ao longo de 69 negociações, e as de mobilidade, que receberam US$ 411 milhões em 20 transações, informou a Forbes.
As startups em estágio inicial concentraram a maior quantidade de aportes. Foram 279 transações em fase Seed, somando US$ 320 milhões, e 200 transações em Pré-Seed, que arrecadaram US$ 47 milhões. As rodadas mais avançadas foram responsáveis pelos maiores volumes de investimentos. As 27 transações de série C do ano captaram US$ 2,04 bilhões, e as 51 rodadas de série B levantaram US$ 1,92 bilhão, também segundo a Forbes.
O crescimento
Desde o início do levantamento, que apresentou os primeiros números em 2011, o investimento em startups no Brasil cresceu mais de 60 vezes. Especialistas acreditam que os investidores se sentem mais a vontade para fazer aportes, à medida que as empresas de tecnologia e o próprio ecossistema amadurece.
“A pandemia fez despertar nas empresas uma tendência que parecia estar no futuro, a digitalização do negócio e a integração com o ambiente físico. Essa oportunidade de mercado, somada ainda à maturidade das startups brasileiras, atraiu também investidores nacionais e estrangeiros, que estão destinando fundos cada vez maiores para essa aceleração. A consolidação de unicórnios atesta como essa tese tem dado certo", disse Gustavo Gierun, cofundador e CEO do Distrito.
Gierun acredita que as empresas no geral entenderam a importância da transformação rápida, sobretudo considerando o ambiente digital que foi o grande propulsor do crescimento.
Fusões
O número de M&As, de acordo com o mesmo levantamento, também foi o maior da história: 247 startups foram compradas ou fundidas por outras empresas. A maior parte das transações foi realizada por outras startups, que pela terceira vez consecutiva superaram empresas incumbentes em aquisições. As mais procuradas foram as fintechs (44), martechs (27), retailtechs (26), edtechs (19) e healthtechs (19).
Você já segue Belém Negócios no Instagram?
Commentaires