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Foto do escritorRodrigo Lopes

Belém pode trocar o BRT por um VLT; entenda a polêmica

Os desafios da mobilidade urbana: entenda o que Belém pode aprender com soluções adotadas em outras capitais brasileiras


VLT do Rio de Janeiro
Reprodução: Caminhos do Rio


Recentemente, ganharam força nas redes sociais especulações sobre a substituição do atual sistema de mobilidade urbana de Belém. A discussão foi intensificada após o governador do Pará, Helder Barbalho, visitar São Paulo para analisar o funcionamento do sistema operacional do metrô.


A visita faz parte de estudos preliminares que avaliam a implantação de um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) na capital paraense, com previsão de início em 2025. O projeto básico prevê a substituição do BRT (Bus Rapid Transit), cuja construção foi iniciada em 2012 e ainda não foi concluída.


De acordo com informações preliminares, o custo estimado para a implementação do VLT é de R$ 900 milhões, valor que cobriria a extensão total do sistema BRT já existente. O orçamento está alinhado com investimentos realizados em outras cidades brasileiras que já adotaram esse modelo de transporte urbano.


BRT em Belém


Oriundo da cooperação internacional entre o Pará e o Japão através da Agência de Cooperação Internacional do Japão - Jica, o BRT em Belém foi concebido no final da década de 80. As obras tiveram início em 2012, se tornando a obra urbana mais longa da história de Belém, nos dois principais corredores da cidade - Almirante Barroso e Augusto Montenegro.


A proposta é conectar os principais corredores da Região Metropolitana de Belém incluindo a BR-316 em Ananindeua e Marituba, este último sendo contemplado no Projeto BRT Metropolitano, que já passou por diversos prazos de conclusão não cumpridos.


VLT no Brasil


O VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) é um meio de transporte que remete aos antigos bondes, que circularam em diversas cidades brasileiras até a década de 1970. Hoje, o VLT é considerado uma solução moderna para a mobilidade urbana e tem sido avaliado como alternativa por várias cidades do país, como Bauru (SP), São Paulo (SP), Campinas (SP) e Cuiabá (MT). Descubra quais municípios já utilizam esse modal e conheça algumas curiosidades sobre este eficiente meio de transporte. O sistema VLT está em operação em 10 cidades do Brasil:


  • Rio de Janeiro (RJ)

  • Baixada Santista (SP)

  • Sobral (CE)

  • Cariri (CE)

  • Maceió (AL)

  • João Pessoa (PB)

  • Recife (PE)

  • Natal (RN)

  • Teresina (PI)

  • Fortaleza (CE)


BRT substitui VLT em Cuiabá


Por outro lado, em Cuiabá a obra do VLT planejada para interligar Cuiabá e Várzea Grande antes da Copa do Mundo de 2014, tornou-se um projeto fracassado. Dos 22km de trilhos previstos, apenas 6km foram concluídos, resultando em um gasto superior a R$ 1 bilhão. Em 2017, denúncias de irregularidades e atrasos levaram ao cancelamento do contrato, deixando a obra abandonada.


Em 2020, o governador Mauro Mendes decidiu substituir o VLT pelo sistema BRT, alegando que os custos de reparar os danos e concluir o projeto seriam elevados. Segundo o governo, o BRT seria mais barato de implementar e operar, com tarifas mais acessíveis e maior flexibilidade para a expansão. Apesar de quase 80% do VLT já estar concluído, parte da estrutura será desmontada, com os trilhos descartados, para dar lugar ao novo modal de transporte.


Qual a melhor alternativa para Belém?


Considerando a experiência de Cuiabá com o VLT, Belém enfrenta desafios semelhantes ao avaliar a substituição do sistema BRT por um VLT. A análise deve incluir não apenas os custos de implementação, mas também a viabilidade técnica, os riscos de atrasos e possíveis desperdícios de recursos públicos.


A história do projeto em Mato Grosso serve como alerta para evitar decisões precipitadas que possam comprometer a mobilidade urbana e os investimentos realizados. Assim, é crucial que qualquer mudança no modal de transporte em Belém seja amplamente discutida, planejada e transparente, para garantir soluções eficientes e sustentáveis para a população.

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