Saldo negativo no fluxo cambial anual alcança US$ 15,918 bilhões, superado apenas por 2019 e 2020
O Brasil registrou em 2024 a terceira maior saída líquida de dólares de sua história, com um fluxo cambial negativo de US$ 15,918 bilhões, segundo dados preliminares divulgados pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira, 2. Os únicos anos com resultados mais negativos foram 2019 e 2020, quando as saídas líquidas somaram US$ 44,768 bilhões e US$ 27,923 bilhões, respectivamente.
Detalhes do fluxo cambial em 2024
O resultado engloba dados apurados entre 1º de janeiro e 27 de dezembro, e números adicionais referentes aos dias 30 e 31 serão divulgados na próxima quarta-feira, 8 de janeiro.
O fluxo financeiro em 2024 foi negativo em US$ 84,396 bilhões, refletindo um volume de US$ 589,989 bilhões em compras e US$ 674,385 bilhões em vendas. Este segmento inclui operações como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucros e pagamento de juros.
Por outro lado, o saldo do comércio exterior foi positivo, contribuindo com US$ 68,478 bilhões, resultado das exportações de US$ 298,456 bilhões e importações de US$ 229,978 bilhões.
Comércio exterior detalhado
As exportações de 2024 incluíram:
US$ 33,150 bilhões em adiantamento de contrato de câmbio (ACC);
US$ 73,745 bilhões em pagamento antecipado (PA);
US$ 191,561 bilhões em outras entradas.
O desempenho positivo no comércio exterior compensou parcialmente o impacto negativo do fluxo financeiro, mas não foi suficiente para evitar o saldo geral desfavorável.
Comparativo histórico
O resultado de 2024 reforça uma tendência observada nos últimos anos de volatilidade no fluxo cambial do País. Em 2019 e 2020, o Brasil enfrentou as maiores saídas líquidas da série histórica, impulsionadas por fatores como instabilidade política e crises econômicas globais.
O BC destacou que os dados finais do ano serão atualizados na próxima semana, mas o panorama preliminar já aponta para um dos desempenhos mais negativos desde o início do monitoramento da série.
Este cenário evidencia os desafios econômicos enfrentados pelo Brasil e a necessidade de estratégias para atrair e reter capital estrangeiro, bem como fortalecer o ambiente de negócios interno.
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