Saiba quais são os 10 principais desafios de hospedagem para a COP 30 em Belém
- Otto Marinho
- 9 de abr.
- 3 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
Com aluguéis que chegam a até R$ 2 milhões no período do evento, a capital paraense busca alternativas como reforma de prédios antigos, escolas e expansão de área portuária para receber navios de cruzeiros

Faltando menos de 220 dias para a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), Belém enfrenta o desafio de abrigar 50 mil visitantes durante o evento, número que pode crescer e encostar em 60 mil. A cidade, junto da região metropolitana, conta com cerca de 24 mil leitos para acomodar os visitantes.
Com os novos empreendimentos em andamento - como hotéis e construções de prédios, por exemplo - a quantidade pode dobrar, mas não há como precisar o número exato, uma vez que os investimentos no setor serão feitos até a chegada do evento à capital.
Em Belém, agências de viagens estão sendo procuradas por empresas multinacionais em busca de acomodações. Mas a dificuldade para encontrar vagas é grande. Nos hotéis, há listas de espera que chegam a mil leitos. Além disso, os valores das diárias assustam e afastam muitos interessados. Saiba quais são os 10 principais desafios de hospedagem para a COP 30 em Belém:
Déficit de leitos na capital e região metropolitana:
A demanda por hospedagem supera a oferta de leitos disponíveis na rede hoteleira da cidade sede, com isso, é necessário mobilizar mais 26 mil leitos de hospedagem até o evento. Soluções como a utilização de cruzeiros, alojamentos alternativos e a rápida expansão de leitos com a utilização de prédios antigos, escolas e expansão do porto.
Preços inflacionados e abusivos:
A alta procura por hospedagem levou a um aumento exorbitante nos preços das diárias, tornando as reservas menos acessíveis para alguns viajantes. Na corrida imobiliária em Belém, sites de hospedagens anunciam alguns imóveis de alto padrão por mais de R$ 2 milhões para 11 dias.
Necessidade de modernização e inovação:
A cidade tem a necessidade de se adaptar a novas tecnologias, como sistemas de gestão hoteleira, e aprimorar a experiência do hóspede com foco em conforto, segurança e serviços. Estes aspectos são fundamentais para a competitividade do setor e maior segurança.
Investimento em atendimento e gestão de pessoas:
A alta rotatividade de funcionários e a falta de especialização são desafios que precisam ser enfrentados com estratégias de retenção e desenvolvimento profissional. Há também demandas em capacitar profissionais que possam se comunicar em outros idiomas como inglês ou espanhol.
Equilibrar custos operacionais:
O aumento dos custos de energia, alimentos e mão de obra pressiona a rentabilidade dos hotéis, exigindo a busca por soluções para reduzir despesas e aumentar a eficiência, impactando diretamente na política de preços das hospedagens.
Mais soluções temporárias:
Maior implementação de soluções temporárias, como hospedagem em contêineres ou adaptações de espaços não convencionais, além de outras estruturas flexíveis com unidades modulares.
Sustentabilidade:
A crescente preocupação com o meio ambiente, impulsionada pela COP 30, impõe a necessidade de adotar práticas sustentáveis na gestão hoteleira, como a redução do consumo de água e energia. Além de pensar em modelos de construção que atendam aos padrões mais sustentáveis, incorporando o conceito de eco hotel, com espaços sustentáveis cada vez mais procurados por turistas conscientes sobre questões ambientais
Governança hoteleira:
A modernização da gestão hoteleira, com a utilização de dados e feedbacks dos hóspedes para aprimorar os serviços, é um desafio importante. Em novembro de 2024, o governo do Estado e plataformas de hospedagens online firmaram um acordo para tornar o serviço mais conhecido no Pará. Desde então, incentivos são direcionados para a capacitação do setor, como a promoção de workshops para mostrar como cadastrar as propriedades para serem alugadas.
Mais parcerias:
É de caráter urgente uma maior colaboração entre hotéis, restaurantes, empresas de transporte e outros estabelecimentos na região para criar uma rede integrada de serviços de hospedagem, com pacotes completos e roteiros alinhados, criando novas oportunidades de negócio.
Infraestrutura Limitada:
A cidade enfrenta desafios estruturais, incluindo mobilidade urbana e saneamento básico, que podem impactar negativamente a experiência dos visitantes e limitar as possibilidades de turismo na região.
Ação coordenada
Esses desafios exigem planejamento e ações coordenadas entre os governos local, estadual e federal, além da colaboração com o setor privado e a sociedade civil, para assegurar que a COP 30 ocorra de forma eficiente e inclusiva em Belém.
Contando com a presença de aproximadamente 196 países, a conferência das Partes em Belém será uma oportunidade para que o Brasil seja reconhecido globalmente como país comprometido na ação contra as mudanças climáticas.
Dessa forma, a necessidade de investir em infraestrutura de Belém e abrigar is visitantes pode ser desafiadora, considerando que a cidade pode ser o mostruário de como o Brasil promove ações práticas de combate às mudanças climáticas nas suas principais cidades.
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