Governo russo compartilhou vídeo que mostra tanques e veículos retornando da região, ocupada em 2014
Os militares russos anunciaram na quarta-feira a retirada das tropas que participam de exercícios na Crimeia, enquanto Moscou sinalizava a desescalada na crise da Ucrânia.
O Ministério da Defesa disse que suas tropas e equipamentos "se prepararão para a próxima etapa de treinamento de combate" uma vez em suas bases permanentes no sul da Rússia.
"O pessoal carregou veículos blindados, [incluindo] tanques, veículos de combate de infantaria e instalações de artilharia autopropulsionadas em plataformas ferroviárias em estações ferroviárias", disse em um comunicado.
A televisão estatal mostrou imagens de unidades militares atravessando uma ponte que liga a península controlada pela Rússia, que Moscou anexou da Ucrânia em 2014, ao continente.
Na terça-feira, o Ministério da Defesa da Rússia disse que unidades de seus distritos militares do sul e oeste completaram seus exercícios e começaram a retornar às suas guarnições. O ministro da Defesa, Sergei Shoigu, havia informado anteriormente ao presidente Vladimir Putin que "algumas" das tropas na fronteira começariam a se retirar para suas bases.
A Rússia divulgou poucos detalhes da retirada — reiterando que os exercícios militares em larga escala em territórios, incluindo a Bielorrússia e o Mar Negro, estavam em andamento — e não houve confirmação externa imediata.
O especialista militar Ruslan Leviev chamou o anúncio de enganoso, argumentando que as bases para onde os tanques russos estavam supostamente voltando estão mais perto da fronteira ucraniana do que a Crimeia.
O chefe da OTAN, Jens Stoltenberg, expressou "otimismo cauteloso" sobre as propostas de Moscou, mas tanto ele quanto o presidente dos EUA Joe Biden advertiram que um ataque russo permaneceu "muito uma possibilidade".
Putin disse na terça-feira que estava "pronto" para trabalhar com o Ocidente na escalada das tensões, o mais recente sinal de que a perspectiva de guerra com a Ucrânia poderia estar recuando.
Dias antes, os Estados Unidos e seus aliados soaram o alarme de que a Rússia poderia invadir a Ucrânia a qualquer momento, com vários países ordenando que os cidadãos saíssem e evacuando suas embaixadas de Kiev.
O Kremlin descartou a "histeria" ocidental sobre uma temida invasão russa da Ucrânia com mais de 100.000 soldados reunidos em três lados da Ucrânia.
A AFP contribuiu com a reportagem.
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