Alta da Selic e fluxo de capitais impulsionam valorização do real em janeiro
O real foi a segunda moeda que mais se valorizou em relação ao dólar em janeiro de 2025 entre 27 economias globais, de acordo com um levantamento realizado pela Elos Ayta Consultoria. No primeiro pregão do ano, o dólar era negociado a R$ 6,1624. Já no último dia de janeiro, a cotação caiu para R$ 5,8372, representando uma valorização de 6,41% da moeda brasileira.
O desempenho do real só foi superado pelo rublo russo, que registrou um avanço ainda mais expressivo, de 12,09% no mês. Outras moedas que se destacaram foram o peso colombiano, com valorização de 5,09%, e o yuan chinês, que subiu 1,53% frente ao dólar. De acordo com a o levantamento, essa tendência reflete um movimento global de fortalecimento das moedas de mercados emergentes, impulsionado por ajustes nas políticas monetárias e uma reacomodação dos fluxos de capital.
No caso do Brasil, a valorização do real está diretamente relacionada ao diferencial de juros entre o país e os Estados Unidos. No fim de janeiro, o Banco Central do Brasil (BC) elevou a Selic em 1 ponto percentual, levando a taxa para 13,25% ao ano e sinalizando novas altas. Enquanto isso, o Federal Reserve (Fed) manteve os juros americanos no intervalo de 4,25% a 4,50% ao ano. Esse cenário torna os ativos brasileiros mais atrativos para investidores estrangeiros em busca de rendimentos mais altos, contribuindo para a apreciação da moeda nacional.
Para a economia brasileira, um real mais forte pode trazer impactos positivos e negativos. A valorização cambial tende a reduzir a inflação ao baratear importações, especialmente de insumos e commodities estratégicas. No entanto, pode afetar a competitividade das exportações brasileiras, impactando setores como o agronegócio e a indústria.
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