Indústrias de alimentos e medicamentos deverão sentir o impacto. Custo poderá ser repassado ao consumidor
O setor gráfico foi pego de surpresa com o aumento de 35% no valor do papel. Com o dólar em alta, fornecedores dos insumos usados na fabricação do papel têm priorizado a exportação em detrimento do mercado interno, gerando impactos em toda a cadeia produtiva. A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf) entrou em negociação e conseguiu baixar em parte o reajuste, que será escalonado em 10% em março, 10% em abril e 7,4% até junho, somando então 27,4%.
Ainda assim, gráficas, editoras e até mesmo empresas que dependem de embalagens para seus produtos, como é o caso da indústria de alimentos e da indústria de medicamentos, também sentirão o impacto e terão que repassar o reajuste aos clientes.
O presidente da Abigraf Regional do Pará, João Marcelo Santos, explica que a entidade segue avaliando a adoção de outras medidas. Atualmente, diz ele, a Associação negocia em âmbito federal a isenção de imposto de importação para insumos utilizados na indústria gráfica.
“O mercado não comporta mais reajuste de preço. Durante a pandemia houve muitos reajustes em relação à matéria-prima e isso é preocupante, porque a gente tem que repassar para o consumidor final, mas o consumidor final não suporta mais tanto reajuste. Temos negociado tanto com fornecedores, quanto com governo federal para sair dessa situação de uma melhor forma possível”, explica.
Para ele, a negociação da isenção do imposto de importação seria a melhor saída para a crise. “A negociação é muito boa, porque vai permitir a importação de papel e essa concorrência de mercado faz com que os preços baixem. Por isso a gente aqui da Abigraf Regional Pará está conclamando todos os empresários a se unirem e trocarem ideias, para enfrentarmos essa crise de fornecimento de matéria-prima”, finaliza João Marcelo.
O presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Pará (SIGEPA), Carlos Jorge da Silva, explica que o setor já espera um reajuste no preço do papel em anos eleitorais, mas afirma que este ano foi uma surpresa o percentual exorbitante. “Todo ano de eleição esse reajuste ocorre geralmente no mês de maio, mas este ano, além dele ter sido antecipado, foi um aumento abusivo no valor”, pondera o presidente do SIGEPA.
Chapas de alumínio - Um outro insumo importante para o setor gráfico e que também sofrerá reajuste é a chapa de alumínio, utilizada na impressão. A partir de março, o valor do produto aumentará em 15%, devido a impactos logísticos, de matéria-prima e de energia que estão impactando na produção das chapas.
Conteúdo: Gerência de Comunicação FIEPA - GECOM
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