top of page
Foto do escritorRodrigo Souza

Quanto Mais Ocupado Você Está, Mais Precisa De Tempo E Silêncio

Entenda como você pode se tornar mais produtivo apenas se beneficiando de um tempo para você



Estudos recentes estão mostrando que dedicar tempo para o silêncio restaura o sistema nervoso, ajuda a sustentar a energia e condiciona nossas mentes a serem mais adaptativas e responsivas aos ambientes complexos em que muitos de nós agora vivemos, trabalhamos e lideramos.


Imke Kirste, da Duke Medical School, descobriu recentemente que o silêncio está associado ao desenvolvimento de novas células no hipocampo, a principal região do cérebro associada ao aprendizado e à memória. O médico Luciano Bernardi descobriu que dois minutos de silêncio inseridos entre peças musicais se mostraram mais estabilizadores para os sistemas cardiovascular e respiratório do que até mesmo a música categorizada como “relaxante”. E um estudo de 2013 no Journal of Environmental Psychology, baseado em uma pesquisa com 43.000 trabalhadores, concluiu que as desvantagens do ruído e da distração associadas aos planos de escritório aberto superavam os benefícios antecipados, mas ainda não comprovados, como aumentar o moral e os aumentos de produtividade de interações não planejadas.


Mas cultivar o silêncio não é apenas descansar das distrações de conversas ou tweets no escritório. Silêncio sustentado real, do tipo que facilita o pensamento claro e criativo, acalma a conversa interior e externa.


Esse tipo de silêncio é sobre descansar os reflexos mentais que habitualmente protegem uma reputação ou promovem um ponto de vista. Trata-se de fazer uma pausa temporária de uma das responsabilidades mais básicas da vida: ter que pensar no que dizer.


Cultivar o silêncio, como Hal Gregersen escreve em um artigo recente da HBR, “aumenta suas chances de encontrar novas ideias e informações e discernir sinais fracos”. Quando estamos constantemente fixados na agenda verbal - o que dizer a seguir, o que escrever a seguir - é difícil abrir espaço para perspectivas verdadeiramente diferentes ou ideias radicalmente novas. É difícil entrar em modos mais profundos de escuta e atenção. E é nesses modos mais profundos de atenção que ideias verdadeiramente novas são encontradas.


Mesmo pessoas incrivelmente ocupadas podem cultivar períodos de tempo de silêncio sustentado. Aqui estão quatro ideias práticas:


1) Pontue reuniões com cinco minutos de tempo de silêncio. Se você conseguir fechar a porta do escritório, recuar para um banco do parque ou encontrar outro refúgio silencioso, é possível pressionar reset participando de uma prática silenciosa de meditação ou reflexão.


2) Faça uma tarde silenciosa na natureza. Você não precisa ser um tipo robusto ao ar livre para abandonar o telefone e fazer um passeio simples de duas ou três horas na natureza. Em nossa própria experiência e de muitos de nossos clientes, a imersão na natureza pode ser a opção mais clara para melhorar as capacidades de pensamento criativo. Henry David Thoreau foi para a floresta por um motivo.


3) Vá em uma mídia rapidamente. Desligue seu e-mail por várias horas ou até mesmo um dia inteiro, ou tente “jejuar” de notícias e entretenimento. Embora ainda possa haver muito barulho ao redor - família, conversa, sons da cidade - você pode desfrutar de benefícios reais descansando as partes de sua mente associadas a obrigações intermináveis de trabalho e rastreando mídias sociais ou eventos atuais.


4) Mergulhe e tente um retiro de meditação: Mesmo um retiro curto é sem dúvida a maneira mais direta de se voltar para uma escuta mais profunda e despertar a intuição. O jornalista Andrew Sullivan descreveu recentemente sua experiência em um retiro silencioso como “a desintoxicação final”. Como ele disse: “Minha respiração diminuiu. Meu cérebro se estabeleceu... Era se meu cérebro estivesse se afastando do abstrato e do distante em direção ao tangível e ao próximo.”


O mundo está ficando mais barulhento. Mas o silêncio ainda é acessível — é preciso apenas compromisso e criatividade para cultivá-lo.


(Publicado originalmente no HBR)

Comments


Últimas notícias

Publique uma notícia

bottom of page