A menos de um ano da COP 30, Belém ainda enfrenta a gestão de resíduos como um dos seus principais gargalos urbanos
Marituba, cidade da região metropolitana de Belém com pouco mais de 100 mil habitantes, tornou-se o destino principal do lixo da capital paraense, recebendo diariamente 1.050 toneladas de resíduos no aterro sanitário Guamá. Este volume, composto em sua maioria pelo descarte de Belém, transformou o município em um "reduto de sacrifício", acumulando impactos ambientais e sociais que afetam diretamente a qualidade de vida dos moradores.
A situação foi tema de reportagem especial publicada essa semana pelo Estadão, que destaca o descontentamento da população local com os problemas decorrentes do aterro. Entre os relatos, moradores mencionam o aumento de doenças respiratórias, rachaduras nas casas devido ao tráfego de caminhões pesados e a presença constante de mau cheiro, e animais na área.
De acordo com o pesquisador Breno Imbiriba, da Universidade Federal do Pará (UFPA), consultado pelo Estadão, gases como sulfídrico e metano estão presentes no entorno do aterro em concentrações superiores aos limites aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esses gases são apontados como possíveis causadores de problemas respiratórios e oculares na população local.
A prefeitura de Belém anunciou a contratação de uma empresa para implantar um novo aterro sanitário até 2025, mas a medida ainda não trouxe alívio imediato aos moradores. Já a prefeitura de Marituba não respondeu aos questionamentos da reportagem, enquanto a empresa Guamá, responsável pelo aterro, nega os danos e afirma monitorar emissões e movimentações do solo.
Além do aterro, Marituba também enfrenta problemas relacionados ao descarte irregular de lixo. A reportagem flagrou um caminhão identificado com o emblema do governo do Pará despejando resíduos em um igarapé da cidade. Em resposta, o governo estadual informou que está apurando o caso e reforçou a importância de denúncias por meio de seus canais oficiais.
Enquanto a COP-30 se aproxima e coloca Belém no centro das discussões climáticas globais, as condições enfrentadas por Marituba destacam um desafio local: a conciliação entre desenvolvimento urbano e justiça ambiental. A situação exige soluções que contemplem não apenas a destinação adequada do lixo, mas também a redução dos impactos nas populações vulneráveis da região.
Diante disso, a Belém Negócios destaca alguns pontos importantes a serem levados em consideração por gestores públicos e privados na solução do problema: Desafios da Gestão de Resíduos
Aumento de resíduos devido ao crescimento urbano.
Empresas precisam se adaptar a novas exigências regulatórias e evitar impactos ambientais e de saúde.
Oportunidades para o Setor Privado
Inovação e sustentabilidade geram economias e melhoram a imagem.
Redução de custos com gestão eficiente e novas fontes de receita por meio da reciclagem.
Regulamentações e Impactos Legais
Novas normas exigem que as empresas adotem práticas de gestão mais rígidas.
Empresas sustentáveis podem obter incentivos fiscais e evitar penalidades legais.
Soluções e Parcerias Estratégicas
Parcerias público-privadas são fundamentais para criar infraestrutura de gestão de resíduos.
Tecnologia (como aplicativos de gestão de resíduos) pode melhorar a eficiência e reduzir custos.
Responsabilidade Social e Imagem Corporativa
Empresas que adotam práticas sustentáveis ganham diferencial competitivo.
Programas de educação ambiental podem melhorar a imagem da empresa e engajar a comunidade.
Tendências e Futuro
A economia circular e o uso de tecnologias limpas serão essenciais para o futuro da gestão de resíduos.
Adoção de políticas sustentáveis como um diferencial estratégico.
Matéria produzida por Rodrigo Lopes
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