Apesar de desafios políticos, setores empresariais e estaduais dos EUA seguem comprometidos com a agenda climática global.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP 30, destacou a importância do evento em Belém e a necessidade de ampliar a participação da sociedade civil e dos povos indígenas no debate sobre a crise climática. Segundo ele, a conferência será um marco para fortalecer o combate global às mudanças climáticas.
Em sua primeira carta oficial como presidente da COP 30, Corrêa do Lago enfatizou a urgência do tema:
"A mudança do clima não está mais contida na ciência e no Direito internacional. Ela chegou à nossa porta, atingindo nossos ecossistemas, cidades e vidas cotidianas". O diplomata foi um dos organizadores da Rio-92 e participou das negociações que levaram o Brasil a aderir ao Acordo de Paris.
O papel dos Estados Unidos na COP 30
Apesar das incertezas políticas envolvendo o governo do ex-presidente Donald Trump, Corrêa do Lago afirmou que a agenda ambiental segue firme nos Estados Unidos.
"A iniciativa privada e os Estados vão continuar muito presentes nesse tema, mas de maneira diferente", explicou.
Segundo ele, empresários americanos reconhecem que os investimentos sustentáveis precisam ser pensados a longo prazo e que não serão interrompidos por mudanças na administração federal.
De acordo com o presidente da COP 30, dois terços da economia americana está alinhada ao Acordo de Paris, independentemente da posição do governo federal. Para ele, o setor privado e os governos estaduais continuarão impulsionando iniciativas climáticas, o que fortalece o compromisso global com a agenda de sustentabilidade.
Ampliando a participação na COP 30
Um dos principais desafios da conferência em Belém será garantir a inclusão de diferentes segmentos da sociedade no debate ambiental. Corrêa do Lago defende que as negociações sejam mais transparentes e acessíveis, permitindo que mais pessoas acompanhem e contribuam.
"Queremos que a consulta seja muito mais ampla, garantindo que grupos organizados ampliem suas participações e tenham mais acesso", ressaltou.
A consciência ambiental, segundo ele, está crescendo no Brasil e no mundo, impulsionada pela ocorrência de eventos climáticos extremos.
"Muita gente não acreditava que as previsões da ciência iriam se concretizar tão rapidamente. Agora, vemos esses fenômenos acontecendo antes do previsto, o que aumentou enormemente a conscientização", afirmou.
Impactos econômicos da COP 30
Para o presidente da COP 30, a conferência representa uma oportunidade econômica para o Brasil. Ele destaca que o país tem uma posição estratégica no setor de energia limpa e deve aproveitar essa vantagem para se projetar globalmente.
"Vamos falar do que realmente é importante para o mundo inteiro, que é a mudança do clima", concluiu.
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