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Foto do escritorRedação

Porque a Equatorial está comprando 15% de ações da maior maior empresa de água do país

A Equatorial ofereceu R$ 6,9 bilhões pela participação de 15% na Sabesp e deve se tornar uma das donas ainda neste mês

EQUATORIAL PARÁ
Equatorial comanda a distribuição de energia em 7 estados

A Equatorial foi a única empresa a apresentar proposta para se tornar a acionista de referência da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A concessionária de energia elétrica do Pará deve se tornar ainda neste mês, a controladora da estatal paulista, a maior empresa de água e esgoto do país e a terceira maior da América Latina.



O que aconteceu


  • A Equatorial ofereceu R$ 6,9 bilhões pela participação de 15% na Sabesp.


  • Sem concorrentes, a empresa foi nomeada como a investidora de referência finalista do processo de privatização da maior companhia de saneamento do Brasil.


  • A Privatização previa que dois investidores de referência seriam finalistas. Mesmo sem outra empresa na disputa, o processo segue conforme o prospecto apresentado inicialmente.


  • Até o próximo dia 15 serão apresentadas intenções de investimento pelas ações da Sabesp.


A Liquidação da operação está prevista para o dia 22 de julho. Após o fim do processo, a participação do Governo de São Paulo na Sabesp cairá dos atuais 50,3% para 18,3%. O investidor de referência ficará com 15% e a parcela negociados nos mercados de ações saltará de 49,7% para 66,7%

Fundada em 1999, a Equatorial é novata nesse ramo. Começou a trabalhar com saneamento em 2022, após adquirir a concessão do serviço em todo Amapá em 2021, com a responsabilidade de gerir 100% da concessão de serviços de água e esgoto do estado por R$ 930 milhões.


A operação começou em julho do ano seguinte, com a consolidação da CSA (Concessionária de Saneamento do Amapá). A concessão no Amapá tem prazo de 35 anos, com investimento de R$ 3 bilhões.



Antes disso, cresceu principalmente atuando como distribuidora de energia, inclusive no Pará. No segmento, ficou famosa por comprar empresas públicas em dificuldade financeira, como é o caso da extinta CELPA e cobrar a tarifa mais cara do país, segundo levantamento da ANEEL.


Segundo dados de 2022 do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), o Amapá conta com atendimento total de água para menos da metade dos habitantes (46,9%). No caso do esgoto, o percentual é ainda menor, de apenas 5,4%

A meta da CSA é distribuir água tratada e promover a coleta adequada do esgoto dos amapaenses das áreas urbanas.

equatorial sabe-se
Divulgação / Sabesp

VAI DAR CONTA?


Com presença em apenas nas 16 cidades do Amapá, a empresa terá a missão de cuidar da distribuição de água e esgoto dos 28 milhões de residentes nos 375 municípios atendidos pela Sabesp em São Paulo. A Equatorial atende a apenas 734 mil pessoas, menos de 2% do total de abastecidos pela Sabesp.


A baixa presença da empresa no ramo de saneamento é motivo de críticas. Ronaldo Copa, representante dos empregados no Conselho de Administração da Sabesp, avalia que a presença apenas da Equatorial na ação evidencia um direcionamento da acionista de referência. Segundo ele, o andamento protocolado pelo governo afastou investidores internacionais.


Após assumir a concessão no Amapá, a companhia passou a ser classificada como a primeira empresa multiutilities do Brasil, nomenclatura designada pela prestação de serviços públicos nas áreas de energia elétrica, telefonia e saneamento.


No ano passado, a Equatorial teve lucro líquido de R$ 2,876 bilhões, total 50% superior ao obtido em 2022 (R$ 1,922 bilhões)

A Equatorial distribui energia elétrica a 13 milhões de clientes. Fundada em 1999, a empresa opera sete concessionárias nos estados do Maranhão, Pará, Piauí, Alagoas, Rio Grande do Sul, Amapá e Goiás. A atuação faz da companhia o terceiro principal grupo de distribuição de energia do Brasil em número de clientes.


No primeiro trimestre deste ano, a Equatorial registrou um lucro líquido ajustado de R$ 384 milhões, alta de 40,9% em relação ao observado em igual período de 2023.

Em nota, a companhia afirmou que o valor oferecido por 15% das ações como acionista referência da Sabesp foi de R$ 67 por ação.


A empresa ainda reiterou que "seguirá acompanhando todas as etapas e trâmites" previstos e que estão sendo conduzidos pelo Governo do Estado de São Paulo. Disse ainda que tem avaliado o setor de saneamento desde a edição do novo marco do segmento, o que motivou a participação da empresa em diversos leilões públicos.


A participação do Grupo Equatorial, como um dos principais líderes no setor de energia no país, no processo, é mais um passo na consolidação da companhia no segmento de saneamento brasileiro, expansão geográfica para a região sudeste e diversificação no segmento de infraestrutura", acrescentou.

O QUE FALTA ACONTECER


Ao final do processo, dos 50,3% de ações que o governo de São Paulo detém atualmente:


  • 32% serão de investidores;

  • 18% permanecerão com o governo estadual.

Os demais papéis da companhia (49,7%) já estão na Bolsa de São Paulo e de Nova York. O governo do estado pretende finalizar a venda da empresa até 22 de julho.


Atualmente, a Sabesp atende:


  • 28,1 milhões de clientes com abastecimento direto de água;

  • 24,9 milhões de clientes com coleta direta de esgoto;

  • 376 municípios no total.

No primeiro trimestre deste ano, a Sabesp registrou um lucro líquido de R$ 823,3 milhões, alta de 10,2% em comparação a igual período do ano passado. Em 2023, o lucro total anual da companhia foi de R$ 3,5 bilhões.


Com informações do UOL, Brazil Journal e Exame



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