Quatro das cinco cidades menos competitivas do país são paraenses, refletindo desafios em educação, saúde, saneamento e economia
Nenhuma cidade do estado do Pará aparece entre as mais competitivas do Brasil no Ranking de Competitividade dos Municípios 2024, divulgado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). Das 404 cidades brasileiras com mais de 80 mil habitantes avaliadas, o estado se destacou negativamente, com quatro de suas cidades — Cametá, Itaituba, Breves e Moju — ocupando posições entre as cinco menos competitivas do país. Belém, a capital paraense, ficou apenas na 264ª posição (de 404), sendo a cidade mais bem colocada do estado.
A análise, que compila 65 indicadores distribuídos em 13 pilares temáticos e três dimensões, revela um cenário preocupante para o Pará. Belém, com uma nota de 47,77, ficou muito atrás das cidades mais competitivas, como Florianópolis - SC, que lidera o ranking com 65,26 pontos.
Parauapebas, conhecida por seu forte desempenho na indústria mineral, apresentou uma queda significativa de 40 posições em relação ao ranking anterior, obtendo uma nota de 47,52 e sendo empurrada para o grupo das 150 cidades menos competitivas do Brasil.
Apesar disso, a pesquisa também apontou potencias que a capital paraense oferece, como Inovação e dinamismo econômico (48º), capital humano (47º), sustentabilidade fiscal (199º), entre outros.
Sobre os pilares
Cada pilar utilizado para avaliar as cidades possui um peso diferente. São esses: Inovação e dinamismo econômico (16,1%); Sustentabilidade fiscal (10,2%); Funcionamento da máquina pública (9,3%); Telecomunicação (8,5%); Saneamento (7,6%); Capital Humano (7,6%); Qualidade da saúde (6,4%); Acesso à educação (6,4%); Segurança (5,9%); Inserção econômica (5,9%); Meio ambiente (5,9%); Acesso à saúde (5,1%); e Qualidade da educação (5,1%).
Inovação
Nos pilares que possuem mais pesos, como Inovação, o Pará ficou em posições baixas. Segundo relatório, "a teoria econômica moderna considera a inovação peça-chave para o crescimento e desenvolvimento econômico de longo prazo, pois ela promove ganhos de produtividade que permitem às pessoas e organizações produzirem mais, novos e melhores produtos e serviços a custos menores para um dado nível de insumos (fatores) produtivos".
Nessa categoria, o Pará ficou em 20º, das 27 cidades pesquisadas (incluindo o Distrito Federal), com uma nota de 17,3. Apesar de ter se mantido na mesma colocação do primeiro semestre de 2023, o estado decaiu na maioria dos indicadores avaliados no pilar da inovação, como Pesquisa Científica (15º), caindo 3 posições; Patentes (26º), caindo 4 posições; e Bolsa de Mestrado e Doutorado (17º), caindo também 4 posições.
Solidez Fiscal
O outro pilar com muito peso é o de solidez fiscal, que o Pará ficou em 6º, com 66,4 pontos. Segundo relatório, "a solidez fiscal de qualquer governo é condição fundamental para o crescimento sustentado de longo prazo de um determinado País, Estado ou Município. Se as receitas governamentais ficam continuamente abaixo das suas despesas, o governo incorre em resultados fiscais negativos (déficits), resultando em aumento de seu endividamento e, consequentemente, em baixa capacidade para investir na ampliação e manutenção dos serviços públicos".
Apesar da boa colocação do Estado, assim como no pilar de Inovação, houve a queda de diversas posições nos indicadores específicos como: Resultado Primário (24º), caindo 6 colocações; Gasto com Pessoal (15º), também diminuindo 6 posições; e Índice de Liquidez (21º), diminuindo 9 posições.
Educação
No pilar de educação, o estado ficou em 24º, de 27 cidades pesquisadas, melhorando uma posição em relação ao mesmo período de 2023.
Ao avaliar a Taxa de Frequência Líquida do Ensino Médio, o Pará ficou em último colocado (27º), decaindo 3 colocações.
No Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), o Estado ficou em 26º, mantendo a posição de 2023. No ENEM, o estado se encontra em 24º, também mantendo a colocação anterior.
De modo geral, o Pará enfrenta muitos entraves em relação a educação, saúde e segurança pública. Cada município do Estado reflete uma realidade diferente a respeito desses indicadores. Dessa forma, a maioria dos municípios do Pará não são considerados competitivos pelo ranking.
A pesquisa divulgada pelo Centro de Liderança Pública (CLP) avalia diversos outros índices para o Pará e seus municípios. Veja todos os índices e as colocações das cidades aqui.
Confira as notas de competitividade das cidades paraenses:
Belém — 47,77 | 264º
Parauapebas — 47,52 | 269º
Barcarena — 46,62 | 285º
Paragominas — 45,35 | 309º
Santarém — 44,45 | 336º
Ananindeua — 44,44 | 337º
Tucuruí — 43,46 | 355º
Redenção — 43,20 | 360º
Marabá — 42,99 | 364º
Marituba — 41,87 | 375º
Altamira — 40,75 | 385º
Castanhal — 40,61 | 387º
Abaetetuba — 38,85 | 393º
Bragança — 36,57 | 399º
Cametá — 35,84 | 400º
Itaituba — 34,75 | 402º
Breves — 30,53 | 403º
Moju — 26,62 | 404º (menos competitivo do Brasil)
Com informações de Pará Web News
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