Relatório aponta crescimento global mais robusto em 2025, mas destaca desafios específicos para a economia brasileira e em outras regiões
Destaques:
ONU reduz previsão de crescimento do PIB brasileiro em 2025 de 2,4% para 2,3%.
Consumo privado no Brasil deve se manter resiliente, apoiado por mercado de trabalho forte e políticas sociais.
PIB global para 2025 revisado para 2,8%, com China e EUA liderando o crescimento econômico mundial.
ONU ajusta previsões: Brasil deve crescer menos em 2025
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou recentemente seu relatório Situação Econômica Mundial e Perspectivas 2025, destacando um cenário econômico global misto. Enquanto elevou a previsão de crescimento do PIB mundial de 2,7% para 2,8 %, a organização ajustou para baixo as expectativas para o Brasil, reduzindo a taxa de 2,4% para 2,3%.
Segundo o documento, a desaceleração no Brasil reflete fatores como política monetária mais rígida, redução nos gastos fiscais e fraqueza das exportações. Também se prevê uma desaceleração na formação bruta de capital fixo devido a custos mais altos de financiamento.
Apesar disso, a ONU projeta que o consumo privado no Brasil continuará forte, impulsionado por um mercado de trabalho aquecido, aumento do salário mínimo e investimentos sociais.
Impactos no Brasil e desafios à frente
O relatório também aponta uma queda significativa na taxa de pobreza do Brasil nos últimos anos, situando-se em 16,1% em 2023. A reforma tributária, prevista para 2026, é vista como uma oportunidade para estimular os investimentos de médio prazo no país.
Ainda assim, o crescimento de 2025 ficará abaixo da estimativa para 2024, que é de 3%, mas bem acima da média anual de 1,4% registrada entre 2010 e 2019.
Cenário global: motores de crescimento e riscos
No âmbito global, a ONU destacou que China e Estados Unidos continuarão sendo os principais motores da economia mundial, com projeções de crescimento de 4,8% e 1,9% para 2025, respectivamente. Para 2026, espera-se que os dois países mantenham desempenhos positivos, amortecendo os impactos de economias como a zona do euro e o Japão, cujas previsões de crescimento foram reduzidas.
A ONU também alertou para os riscos de um ambiente global instável, marcado por tensões geopolíticas, fragmentação comercial e aumento de tarifas. Segundo o relatório, esses fatores podem comprometer cadeias de valor, investimentos estrangeiros e inflação.
Por outro lado, a flexibilização monetária por bancos centrais ao redor do mundo, incluindo o Federal Reserve e o Banco Central Europeu, deverá oferecer suporte ao crescimento econômico. Desde novembro de 2024, 67 bancos centrais já iniciaram cortes em suas taxas de juros, com mais países seguindo essa tendência.
Perspectivas mistas e desafios futuros
Embora o cenário global mostre sinais de resiliência, especialmente com a liderança de China e EUA, economias como o Brasil enfrentam desafios específicos. A desaceleração projetada exige políticas econômicas mais eficazes para manter o consumo privado e atrair investimentos. No contexto de crescentes incertezas globais, o papel do Brasil será fundamental para reforçar sua estabilidade econômica e social nos próximos anos.
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