O número alcançou o recorde de 9,6 mil companhias, conforme estudo, com dados relativos a 2023, feito pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) em parceria com a Amcham Brasil
O número de empresas brasileiras que exportam aos Estados Unidos alcançou o recorde de 9,6 mil companhias, conforme estudo, com dados relativos a 2023, feito pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) em parceria com a Amcham Brasil.
O levantamento foi apresentado nesta terça-feira, 8, em encontro empresarial na sede da câmara americana de comércio. Conforme o estudo, os Estados Unidos se consolidaram como o principal destino de produtos industrializados e de alta tecnologia fabricados no Brasil, como aeronaves, motores, equipamentos de telecomunicação, medicamentos e equipamentos médicos.
Em 2023, as exportações de manufaturas brasileiras para os Estados Unidos atingiram US$ 29,9 bilhões, superando com folga a União Europeia (US$ 23,5 bilhões) e o Mercosul (US$ 19,4 bilhões).
Já há duas décadas, os Estados Unidos mantêm, entre os países, a liderança no ranking de destinos das exportações brasileiras em termos de número de empresas. Ainda que seja o mercado onde o Brasil tem o maior volume de exportações, a China compra produtos, sobretudo commodities, de apenas 2,8 mil empresas brasileiras. Se considerados os blocos econômicos, contudo, há mais exportadores — um total superior a 11 mil — que vendem produtos ao Mercosul.
O levantamento sobre o comércio bilateral mostra que as exportações aos Estados Unidos cresceram em todas as regiões do Brasil nos últimos cinco anos, sendo que o maior crescimento aconteceu no Centro-Oeste, cuja alta no período foi de 40,4%.
CEO da Amcham, Abrão Neto defende que o fortalecimento da relação com os Estados Unidos seja prioridade na agenda da política externa brasileira. "Esse caminho oferece um enorme potencial para alavancar o crescimento do Brasil, promovendo uma maior participação da indústria no comércio exterior e no PIB do país, incentivando a inovação e a tecnologia, além de gerar empregos qualificados e bem remunerados", declarou.
O estudo destaca ainda que o efeito das exportações na geração de empregos mais qualificados e com melhores salários é ainda maior no comércio com os Estados Unidos. Conforme dados de 2021, a remuneração média mensal dos trabalhadores de empresas que vendem à maior economia do mundo é de R$ 4,6 mil, 5,4% acima das que vendem para a União Europeia. Em relação aos exportadores para a China, a diferença salarial é de 8,5%, ao passo que frente ao Mercosul, funcionários de empresas que vendem aos Estados Unidos ganham 11,2% a mais.
No Pará
Entre os meses de janeiro e agosto deste ano, as exportações do Pará totalizaram 14,9 bilhões de dólares, conforme os dados do sistema do Comércio Exterior (Comex), disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic). O resultado significa um incremento de 6,1% nas exportações do estado, no comparativo com o mesmo período de 2023.
O volume do Pará representa 6,77% do total das exportações brasileiras, posicionando o estado em 6º lugar no ranking nacional. Os principais produtos exportados foram minérios de ferro (57%), minérios de cobre (12%), alumina (7,2%), alumínio (2,2%), soja (9,3%) e carne (3%). A maior parte das exportações do estado foi destinada para a China (cerca de 50%), totalizando 7,5 bilhões de dólares.
Um dos destaques é a variação positiva de 51,9% das exportações de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, que totalizaram - de janeiro a agosto - 444 milhões de dólares, sendo 152 milhões de dólares a mais do que em 2023. As exportações de animais vivos (não incluído pescados e crustáceos) também saltaram 73,5%, representando 256 milhões de dólares. Destes, 109 milhões a mais do que em 2023.
Contratos assinados
A empresa Engenho Café de Açaí assinou o primeiro contrato de exportação de 2,5 toneladas da bebida aromática para a Tupan Beverages LLC, dos Estados Unidos da América (EUA). O produto é feito a partir do caroço do açaí; é um sucesso porque promove a redução de impactos ambientais com o descarte da matéria-prima e gera emprego e renda para a população local.
Além disso, a iniciativa pioneira de manejo comunitário do Arquipélago do Bailique, no Amapá, tem revelado um significativo potencial comercial. Liderados pela cooperativa Amazonbai, um grupo de 141 ribeirinhos está expandindo fronteiras com a primeira exportação de açaí liofilizado para os Estados Unidos. Este projeto não somente eleva o perfil internacional do açaí, mas também promove o desenvolvimento sustentável na região.
O açaí liofilizado, conhecido por seu valor nutricional e versatilidade, conquistou um espaço importante tanto no mercado local quanto no global. Segundo o presidente da Amazonbai, Amiraldo Picanço, a estratégia inclui a inovação e a busca pela agregação de valor ao produto, que também ganha espaço nos setores de cosméticos e farmacêuticos. A primeira remessa destinada aos EUA pesa 10 toneladas e promete movimentar cerca de R$ 2,4 milhões mensais para os trabalhadores da área.
A conexão entre os EUA e o Pará podem ser exploradas de diversas formas. Em agosto deste ano, o presidente da Câmara Texana de Comércio no Brasil, Max Paull, esteve em Belém para realizar uma reunião com empresários e fornecedores. O Texas, como principal estado exportador dos Estados Unidos, tem mantido uma relação comercial robusta com o Brasil, um dos seus parceiros comerciais importantes. Em 2022, o Texas exportou produtos no valor de US$ 444 bilhões, com uma parte significativa destinada ao Brasil. Essa relação comercial é sustentada por uma variedade de produtos, incluindo tecnologia, petróleo e produtos agrícolas.
Com informações do Portal Terra, O Antagonista e ASN
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