NR-1: empresas em Belém terão que adotar nova norma de saúde mental no trabalho a partir de maio
- Jaelta Souza
- 9 de abr.
- 3 min de leitura
Atualização da NR-1 exige medidas reais de bem-estar psicológico e pode impactar diretamente na produtividade e nos custos operacionais.

A partir de maio de 2025, todas as empresas privadas, públicas e órgãos governamentais com empregados sob regime da CLT deverão se adequar à nova versão da Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), do Ministério do Trabalho.
A grande inovação da norma é a inclusão da saúde mental como fator obrigatório na gestão de segurança no trabalho — um marco inédito nas relações laborais no Brasil.
Em Belém, líderes empresariais e especialistas em recursos humanos reforçam que a mudança representa não apenas uma exigência legal, mas uma estratégia essencial para a sustentabilidade das organizações. Para Lídia Machado, psicóloga e membro da Comunidade Belém.
“Essas alterações visam não apenas atender às exigências legais, mas também promover o bem-estar dos trabalhadores de forma mais eficaz. Com essa atualização, as empresas têm agora a oportunidade de liderar com responsabilidade e inovação.” Afirmou Lídia Machado.

A saúde mental entra no centro das relações de trabalho
Para Junior Lopes, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos – Seccional Pará (ABRH-PA), o avanço é decisivo:
“A NR-1 atualizada amplia a proteção contra riscos ocupacionais psicossociais, que antes eram negligenciados. Um ambiente emocionalmente seguro reduz o estresse, melhora a saúde dos colaboradores e aumenta a produtividade”, afirma.
Além dos benefícios à saúde, Lopes destaca que empresas que se adequam corretamente à norma tendem a reduzir custos com afastamentos, processos trabalhistas e rotatividade de profissionais.
O que as empresas em Belém devem fazer
Para implementar a nova NR-1, a ABRH-PA recomenda uma abordagem integrada, que leve em conta a realidade de cada negócio. Algumas medidas fundamentais incluem:
Capacitação constante de gestores e colaboradores sobre riscos psicossociais
Treinamentos práticos com foco na identificação e mitigação de estresse, assédio e sobrecarga
Comunicação institucional clara sobre as mudanças
Investimentos em tecnologia e ergonomia
Monitoramento contínuo do clima organizacional
Segundo Nelma de Almeida Lemos, presidente do Sescon-PA, a gestão dos riscos emocionais é um dos principais desafios, mas também uma grande oportunidade de fortalecer a cultura organizacional.
“Com comprometimento, tecnologia e liderança engajada, as equipes vão aderir à mudança e os resultados aparecerão”, diz.
Os principais desafios da nova NR-1
Mesmo com os avanços, a norma exige mudanças culturais profundas, o que pode gerar resistência, especialmente em empresas que ainda não reconhecem a saúde mental como parte da segurança do trabalho. Entre os principais obstáculos apontados por especialistas estão:
Falta de equipes especializadas em saúde mental e ergonomia
Dificuldade de identificar riscos psicossociais, que são subjetivos
Risco de transformar a norma em um processo meramente burocrático
Resistência à mudança por parte das lideranças
Para enfrentar essas barreiras, a conscientização dos gestores será decisiva para que as medidas tragam mudanças reais e sustentáveis no ambiente de trabalho.
O que diz a nova norma
A NR-1 estabelece diretrizes gerais para a Gestão de Riscos Ocupacionais (GRO). A norma determina que:
As empresas informem seus colaboradores sobre riscos no ambiente de trabalho
Implementem medidas de prevenção claras e efetivas
Disponibilizem os resultados das avaliações ambientais
Os trabalhadores devem cumprir as normas e colaborar com as ações de segurança
A adequação é obrigatória para todas as empresas com funcionários sob CLT, inclusive em Belém e no Pará, e o prazo limite é maio de 2025.
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