Nova rota marítima Brasil-China deve impulsionar exportação na região Norte
- Redação
- há 6 minutos
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A partir do dia 14 de abril, uma nova rota marítima direta entre o Brasil e a China iniciará suas operações

Partindo do Porto Gaolan, em Zhuhai (sul da China), a rota atravessará diretamente o Estreito de Malaca e o Cabo da Boa Esperança em direção ao Porto de Santana (Amapá) e ao Porto de Salvador (Bahia). Ao chegar na zona econômica brasileira, a rota deve oferecer mais oportunidades de comércio, investimento e intercâmbio tecnológico entre a China e as regiões norte e nordeste do Brasil.
Zhuhai, cidade vizinha de Macau e parte da Greater Bay Area, tem uma grande complementaridade com a estrutura econômica brasileira nos âmbitos de produtos agrícolas, minérios e manufatura. E de acordo com a Embaixada da China no Brasil, a nova linha marítima reduzirá o tempo de transporte em até 30 dias e os custos logísticos em mais de 30%.
A nova linha marítima também ampliará o acesso a mercados emergentes na América do Sul, fornecendo soluções logísticas econômicas e eficientes para empresas da região e injetando novas perspectivas para a integração de cadeias industriais e de abastecimento globais.

O embaixador da China no Brasil, Zhu Qingqiao, destacou que a nova rota é parte da implementação dos acordos firmados entre os dois presidentes e representa um movimento estratégico diante das atuais tensões no comércio global.
“China e Brasil são duas forças positivas para a estabilidade e prosperidade no mundo. E vamos continuar ampliando e aprofundando as cooperações”, afirmou.
O representante da Sino Lac defende que “isso facilita o transporte de produtos amazônicos ao mercado chinês e vice-versa, melhorando as oportunidades comerciais para ambos os lados", diz Marcius Nei. Além disso, ele destaca que “essa mudança reduz, além do tempo, os custos com transporte fluvial e terrestre, melhorando a eficiência das operações logísticas e possibilitando uma cadeia de suprimentos mais ágil e responsiva”, adiciona.
Com clima e tecnologia favoráveis, o Brasil é hoje um dos maiores produtores mundiais de uva de mesa, com destaque para os polos do Vale do São Francisco, que têm buscado se consolidar como fornecedores em mercados exigentes como o asiático. Em 2024, o país exportou cerca de 59 mil toneladas de uvas, gerando cerca de US$ 151 milhões em receita, principalmente para mercados dos Países Baixos, Estados Unidos e Reino Unido, e agora, com a China no radar, o potencial de crescimento se amplia ainda mais.
Cerimônia de abertura da rota marítima direta Zhuhai-Brasil
Com a nova conexão, o tempo de transporte entre China e Brasil poderá ser reduzido em até 30 dias, e os custos logísticos, em mais de 30% — uma mudança significativa para o escoamento de frutas frescas brasileiras, que exigem logística ágil e segura.
Um dos destaques do evento foi a contagem regressiva ao final, com imagens de um cargueiro desatracando do Porto de Gaolan com destino ao Brasil.
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