Com 50 mil km de extensão, cabo submarino vai interligar América do Sul, Europa e África, colocando o Brasil como hub estratégico para inteligência artificial

A Meta, empresa responsável por Facebook, Instagram, WhatsApp e outras plataformas, confirmou oficialmente seus planos para construir o maior cabo de internet do mundo. Nomeado de Project Waterworth, o mega cabo submarino da Meta terá impressionantes 50 mil km de extensão, conectando cinco continentes e reforçando a infraestrutura digital necessária para o avanço da empresa em inteligência artificial (IA) e conectividade global.
O cabo submarino com 50 mil km será o mais longo já construído até hoje, formando praticamente um “anel” ao redor do planeta. O Project Waterworth sairá da costa leste dos Estados Unidos, passará por Brasil, África do Sul, Índia e Austrália, e terminará do outro lado dos EUA, possivelmente na Califórnia.
Com esse trajeto, a Meta pretende garantir redundância, estabilidade e alta capacidade de dados, criando sua própria malha global de internet de alta velocidade. A estrutura usará 24 pares de fibra óptica e será instalada em profundidades de até 7.000 metros, o que exige tecnologia de ponta e um planejamento minucioso.
Conexão no Brasil
O Brasil será o segundo destino do cabo, ficando logo após a saída da costa leste dos Estados Unidos. A expectativa é que o mega cabo submarino da Meta chegue pela região nordeste do país, reforçando a conectividade nacional e podendo beneficiar diretamente áreas que ainda carecem de acesso à internet de alta velocidade.
Essa iniciativa não apenas melhora a velocidade e estabilidade da conexão com os servidores da Meta, como também tem o potencial de acelerar a inclusão digital em diversas regiões. Com uma infraestrutura mais robusta, serviços como o WhatsApp, Facebook e Instagram devem rodar ainda melhor por aqui — e talvez até novas soluções de IA e realidade aumentada comecem a aparecer.
Mais independência
Um dos principais objetivos da Meta com o Project Waterworth é conquistar maior independência tecnológica. Atualmente, a empresa utiliza cabos submarinos operados por até 16 outras companhias, o que gera dependência e limitações técnicas e comerciais.
Com esse novo cabo submarino, a Meta poderá ter controle total sobre a transmissão de dados das suas plataformas e serviços, além de oferecer uma infraestrutura própria para seus projetos de inteligência artificial, que exigem altíssima largura de banda e baixa latência.
Impacto global
Além da questão técnica, o cabo submarino da Meta tem uma proposta importante de inclusão digital. Segundo a própria empresa, o projeto deve estimular o desenvolvimento tecnológico das regiões conectadas, principalmente em países emergentes como Índia, África do Sul e Brasil.
A Meta usa como exemplo a Índia, onde o progresso digital tem sido acelerado com apoio de infraestrutura robusta. A expectativa é que, com o Project Waterworth, mais pessoas tenham acesso à internet de qualidade, contribuindo com educação, economia digital e oportunidades de trabalho remoto.
Rota estratégica do cabo
Outro ponto interessante é que o trajeto do mega cabo submarino da Meta foi planejado para evitar regiões com instabilidade política ou militar, como o Mar Vermelho, Egito e sul da China. Isso garante maior segurança para a operação dos cabos e minimiza os riscos de interrupções por conflitos geopolíticos.
Quanto vai custar o projeto?
A Meta ainda não divulgou o valor oficial do projeto, mas analistas já estimam que o investimento inicial será de pelo menos US$ 2 bilhões, cerca de R$ 347 bi. Isso sem contar os custos adicionais que devem surgir ao longo da obra, que levará anos para ser concluída.
Apesar do alto custo, a construção de um cabo submarino com 50 mil km representa uma infraestrutura estratégica para os negócios da Meta, especialmente com a crescente demanda por IA, metaverso e transmissão de dados em tempo real.
Comments