Indústria do Pará tem o pior desempenho e apresenta recuo de 11%; veja o motivo

Pesquisa Mensal da Indústria divulgada nesta sexta-feira (14) pelo IBGE mostra que cinco dos 15 lugares pesquisados, o setor industrial paraense foi um dos que apresentou queda em abril

O estado do Pará é conhecido como um dos mais influentes da federação quando o assunto é potencial extrativista ou mineral, tendo este setor como principal atividade econômica . Mas um levantamento recente divulgado por órgãos oficiais demonstram que o mesmo vive um momento de instabilidade, ainda como reflexo da pandemia e da dependência do mercado internacional.

Os números revelam que a indústria nacional registrou um leve recuo de 0,5% em abril se comparado a março. Os números foram apresentados pela Pesquisa Mensal da Indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PMI/IBGE), na última sexta-feira (14).

Dos 15 locais pesquisados, cinco também seguiram em queda naquele mês: Pará, Bahia, Goiás, Minas Gerais e a região Nordeste. O Estado do Pará, na região Norte foi o que mais apresentou retração em sua indústria local, com 11,2%.

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A economia do Pará baseia-se no extrativismo mineral (ferro, cobre, bauxita, manganês, ouro, níquel, estanho, calcário), vegetal (madeira), na agricultura, pecuária, indústria e no turismo.

De acordo com o analista da PIM Regional, Bernardo Almeida, a indústria paraense foi uma das principais influências negativas sobre o resultado nacional. "O setor extrativo foi o que mais influenciou esse comportamento negativo para o Pará", disse o especialista pelo fato de ela ser pouco diversificada.

Principais setores do estado

• 68,7% Extração de minerais metálicos.

• 11,5% Serviços industriais de utilidade pública.

• 9,4% Construção.

• 3,5% Metalurgia.

• 3,0% Alimentos.

• Setores representam 96,1%89,6% da indústria do estado.

fonte: Portal da Indústria

Canaã dos Carajás é um dos polos extrativos do Pará - foto - Agência Vale

Setor mineral já apresentava queda em 2022

A indústria extrativa do Pará é fortemente influenciada pela extração de minério de ferro e a produção dessa commodity pode ser acompanhada pela sua quantidade exportada, haja vista que o ferro extraído no estado é quase todo comercializado no mercado internacional.

De acordo com levantamento da FAPESPA baseado em dados do IBGE - No ano de 2022, a exportação do ferro paraense foi 9,5% menor em comparação ao ano anterior. Vários países reduziram a demanda pelo minério paraense, mas o impacto maior foi na queda da demanda chinesa, decorrente de duras restrições relacionadas à Covid-19 e do fato de o setor imobiliário daquele país ter enfrentado crise de liquidez e demanda fraca.

Em segundo lugar, em ternos de influência no cenário nacional aparece a Bahia, com queda de 5,4%.

"Os setores de derivado e petróleo e também de produtos químicos foram os setores que mais influenciaram esse comportamento da indústria baiana nesse mês de abril", acrescentou Bernardo.

Na análise do economista Newton Marques, o recuo de 0,5% na indústria nacional em abril não é "de todo ruim". "Mas é um número que não é positivo por conta de que a indústria está reagindo abaixo do que estava sendo esperado", finalizou.

O Pará é o segundo estado com a maior produção mineral no Brasil. Esse é um dos levantamentos apontados pelo “Boletim da Mineração 2023”, lançado oficialmente pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa) no último mês de agosto de 2023.

Diversidade mineral

foto agência Pará

Em escala nacional, o Pará tem se mantido acima de 20% na participação brasileira de produção. De acordo com a análise de dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), em 2021, o estado teve uma produção de 369,4 milhões de toneladas de minério, equivalente a 21,2% da participação na produção nacional.

O destaque vai para o alumínio, que corresponde a 89,4% de tudo o que foi produzido no país. Já na produção estadual, o ferro bateu a marca de 192,3 milhões de toneladas em 2021. É o minério mais produzido no Pará, além de representar 33,8% da produção brasileira.

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