Iniciativa conecta projetos estratégicos a investidores, impulsionando metas climáticas e desenvolvimento sustentável. Plataforma reforça compromisso do país com a neutralidade de carbono até 2050
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, participaram nesta quarta-feira (13)/11), na COP 29 em Baku, Azerbaijão, do lançamento da Plataforma Brasil de Investimentos Climáticos e Transformação Ecológica (BIP). A plataforma foi criada para mobilizar capital nacional e internacional em apoio aos Planos de Transformação Ecológica e transição climática do governo brasileiro, reforçando o compromisso do país com a neutralidade de carbono até 2050.
"O lançamento da BIP é uma demonstração clara do compromisso do governo do presidente Lula com o desenvolvimento sustentável. A plataforma não apenas mobilizará capital, mas facilitará a geração de emprego e renda no Brasil, posicionando o país como líder global na economia verde", disse Alckmin
Segundo a Secretária Nacional de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, a BIP organiza as prioridades do governo brasileiro, dos planos de política pública com o apoio internacional.
“Ela é tão importante porque normalmente os bancos internacionais chegam no Brasil e vão passando de porta em porta, de ministério em ministério. O que a plataforma faz é coordenar isso e colocar numa plataforma as prioridades a partir da visão do governo como um todo e de cada um dos ministérios”, disse Ana Toni
O vice-presidente exaltou o potencial da BIP para alavancar o desenvolvimento da economia verde no Brasil. Biotecnologia, farmacêuticos e cosméticos são algumas das áreas a serem beneficiadas pela atração de investimentos baseados na biodiversidade da Amazônia, ressaltou. “Nós temos um potencial de biodiversidade fantástico na região amazônica. Então transformamos o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) num contrato de gestão para que tenha melhor resultado e a gente possa unir pesquisa, inovação, novos empreendimentos e geração de emprego e renda”, disse Alckmin.
Protagonismo
O vice-presidente destacou que os recursos levantados permitirão transformar as vidas de 29 milhões de pessoas que vivem na região amazônica. Para isso, o Brasil assume protagonismo no combate ao desmatamento, na recomposição de florestas, na descarbonização da economia por meio da adoção de um arcabouço legislativo moderno para aproveitar todo o potencial brasileiro em energias renováveis (eólica, solar, hidroelétrica e biomassa), além de adotar os combustíveis do futuro, como etanol, biodiesel, hidrogênio e combustível sustentável de aviação (SAF, na sigla em inglês). “Para tudo isso, precisamos de investidores, de funding, de bons projetos. E aí vem o BIP, a plataforma para unir todo esse trabalho e a gente poder avançar ainda mais. Estamos otimistas com a COP do Brasil o ano que vem, a COP30 lá em Belém”, disse Alckmin.
Transformação
A ministra Marina Silva ressaltou que a BIP se insere em um esforço do Governo Federal de transformação econômica e social do país, com respeito ao meio ambiente e compromisso com o combate às desigualdades sociais.
Lançamento
Inicialmente apresentada em Washington, no dia 24 de outubro, pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a BIP é uma iniciativa conjunta dos Ministérios da Fazenda, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e de Minas e Energia (MME).
Conta ainda com o apoio de parceiros estratégicos, como o BNDES, Bloomberg Philanthropies, Aliança Financeira de Glasgow para o Net Zero (GFANZ) e Fundo Verde para o Clima (GCF). O BNDES sediará a Secretaria da BIP, que será apoiada pelo Programa de Preparação do Fundo Verde para o Clima para o Brasil e pela Bloomberg Philanthropies.
Setores-chave
A BIP inicialmente concentrará esforços em três setores prioritários:
Soluções baseadas na natureza e bioeconomia: Incluindo restauração e manejo sustentável da vegetação nativa, redução do desmatamento, agricultura regenerativa e manejo de resíduos.
Indústria e mobilidade: Catalisando a descarbonização de setores como aço, alumínio e cimento, promovendo mobilidade urbana elétrica e fertilizantes verdes.
Energia: Apoio a energia solar off-grid, redes inteligentes, energia eólica offshore, combustíveis sustentáveis, hidrogênio de baixo carbono, eficiência energética e minerais críticos.
Ações
A plataforma estabelecerá um fórum global intersetorial para promover a colaboração público-privada. As ações incluirão:
- Mapeamento e priorização de pipelines de projetos alinhados aos planos do governo;
- Reunião de uma comunidade global de investidores públicos e privados;
- Desenvolvimento de mecanismos de financiamento inovadores;
- Superação de barreiras políticas, destravando investimentos;
- Apoio às prioridades climáticas e de desenvolvimento do Brasil durante suas presidências do G20 e da COP30.
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