Mitsubishi decidirá participação em janeiro; nova holding deve fortalecer marcas frente à eletrificação e concorrência chinesa e se tornar a terceira maior fabricante de automóveis do mundo
Honda, Nissan e Mitsubishi anunciaram oficialmente que estão em negociações para a criação de uma holding que unirá as três montadoras japonesas. Caso o acordo se concretize, o conglomerado formado poderá se tornar a terceira maior fabricante de automóveis do mundo, atrás apenas da Toyota e da Volkswagen.
Planejamento e Cronograma
A fusão entre Honda e Nissan deve ser concluída até junho de 2025. Já a Mitsubishi, principal acionista da Nissan, decidirá até o final de janeiro de 2025 se integrará a nova estrutura. Segundo o CEO da Honda, Toshihiro Mibe, o processo ainda está em estágio inicial, e há incertezas sobre sua implementação. Caso aprovado, o conglomerado deverá ser listado na Bolsa de Tóquio em agosto de 2026.
Estrutura de Governança
A Honda terá papel predominante na nova holding, indicando o CEO e ocupando a maioria das cadeiras do conselho de administração.
Motivações da Fusão
O principal objetivo da união é reduzir custos e complexidades operacionais por meio de:
Compartilhamento de plataformas de veículos;
Integração de centros de pesquisa e desenvolvimento;
Otimização de fábricas, áreas de compras e distribuição.
Outro destaque será a criação de uma nova plataforma para veículos elétricos e tecnologias avançadas, já em desenvolvimento conjunto por Honda e Nissan desde março de 2024. A Mitsubishi aderiu ao projeto em agosto.
Situação Financeira das Montadoras
Honda: Em condições sólidas, vendeu 4 milhões de carros em 2023.
Nissan: Apesar de 3,37 milhões de unidades vendidas, enfrenta desafios financeiros e reestruturação.
Mitsubishi: Com 1 milhão de unidades vendidas, luta para se manter competitiva no mercado.
A fusão não é considerada um resgate para a Nissan, mas sua viabilidade depende da estabilização financeira da empresa.
Cenário Global
Se unidas, Honda e Nissan sozinhas já formariam o terceiro maior grupo automotivo do mundo, com vendas anuais que superariam 7,3 milhões de unidades. A liderança global permanece com a Toyota (11,2 milhões) e Volkswagen (9,2 milhões).
Desafios e Perspectivas
O processo de fusão ainda depende de aprovações regulatórias e dos acionistas. O grupo pretende usar essa união para enfrentar os desafios da eletrificação e da crescente competitividade das marcas chinesas no mercado global.
Embora o anúncio sinalize o início de um novo capítulo para as empresas, os primeiros resultados práticos só deverão ser visíveis perto de 2030, quando os primeiros modelos desenvolvidos conjuntamente forem lançados.
Matéria produzida por Rodrigo Lopes