Exportações do Pará registram queda de 10,15% em fevereiro de 2025
- Otto Marinho
- 21 de mar.
- 2 min de leitura
Foram US$ 163 milhões a menos na receita estadual, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic)

O Pará registrou um volume de exportações no valor de US$ 1.447.334.803 em fevereiro deste ano, o que corresponde a 10,15% a menos em comparação ao mesmo período de 2024, quando a arrecadação foi de US$ 1.611.156.976. Essa redução resultou em uma perda de aproximadamente US$ 163.822.173 na receita estadual. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e apontam que os produtos minerais, que lideram as exportações do estado, sofreram uma queda expressiva de 50% nas vendas para a China, principal compradora desses recursos.
Embora represente atualmente o setor mais representativo no comércio exterior do Pará, a mineração teve um declínio significativo. Em fevereiro de 2024, as exportações desse segmento somavam US$ 1.244.223.299, mas caíram para US$ 834.814.697 no mesmo mês deste ano, uma retração de 32%, gerando um prejuízo estimado em US$ 409.408.602.
Canaã dos Carajás se destacou como o maior exportador de minérios em fevereiro de 2025, atingindo US$ 366.215.511. Em seguida, aparecem:
Parauapebas, com US$ 248.837.379
Marabá, com US$ 153.052.243
Barcarena, com US$ 320.704.343
A tendência de queda nas exportações também foi observada na comparação entre os dois primeiros meses do ano. Em 2024, a redução no volume comercializado foi de US$ 414.478.866, enquanto em 2025, a retração foi de US$ 277.232.474.
China lidera importações mas reduz volume de compra
A China, principal destino dos minérios exportados pelo Pará, reduziu drasticamente suas importações em fevereiro de 2025. No mesmo período do ano anterior, as compras chinesas somaram US$ 811.473.661, mas neste ano, caíram para US$ 397.685.406, representando um recuo de 50% e uma perda de US$ 413.788.255 para a arrecadação do estado.
Entre os fatores que explicam as mudanças está a guerra comercial entre China e Estados Unidos, que se intensificou após as sanções impostas pelo governo americano sobre produtos chineses, como aço e ferro. Essas restrições impactaram diretamente a cadeia produtiva da China, reduzindo a demanda por minérios do Pará.
Outro fator que influencia a queda nas exportações é a desvalorização das commodities minerais. Como essas transações são realizadas em dólar, uma redução no preço da tonelada de minério impacta o valor total exportado. No ano passado, a tonelada do minério custava, em média, US$ 109, enquanto em fevereiro de 2025 o preço caiu para US$ 85.
Essa variação impacta diretamente os números da balança comercial. A quantidade exportada caiu de 25 milhões de toneladas em 2024 para 23 milhões de toneladas em 2025, representando uma redução de 6,6% no volume, mas com um impacto financeiro ainda maior, estimado em 27,3%.
A queda nas exportações preocupa especialistas e o setor industrial do estado, que depende fortemente da demanda externa para impulsionar sua economia. As projeções para os próximos meses indicam que a recuperação do mercado dependerá de fatores como a estabilização do comércio global e a retomada dos preços das commodities.
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