Valorização da moeda norte-americana aumenta a competitividade de commodities no mercado externo, mas traz desafios para indústrias e impactos socioambientais no estado
Nesta quarta-feira (18), o dólar atingiu a máxima de R$ 6,25, impulsionado pelo pacote fiscal do governo brasileiro e pela reunião do Federal Reserve (Fed). O impacto dessa alta é sentido de formas distintas no Pará, principalmente entre os setores exportadores e consumidores locais.
Impactos para as Indústrias Exportadoras no Pará
Clóvis Carneiro, vice-presidente da FIEPA, vê o aumento do dólar como um incentivo para as exportadoras, pois suas receitas em dólar se tornam mais valiosas frente às despesas em reais. No entanto, ele também alerta para os efeitos negativos no mercado interno, como o aumento da inflação e uma possível alta nas taxas de juros, com projeções de 14% a 17% para 2025.
"O aumento do dólar é um incentivo para as empresas exportadoras, porque elas têm suas despesas, a maioria, em reais, e tem as suas receitas em dólar, ou seja, uma valorização do dólar, e uma depreciação do real, isso aumenta a margem de comercialização no mercado externo, o que é muito bom para as exportadoras", diz o vice-presidente.
Setores de Carnes e Madeiras
Daniel Freire, presidente do Sindicarne, destaca que o câmbio elevado pode tornar as carnes paraenses mais competitivas no mercado internacional, especialmente na China, maior destino da exportação local. Já Deryck Martins, da Aimex, ressalta que, embora o câmbio favoreça os ganhos dos exportadores, ele pode encarecer insumos importados, como equipamentos para a indústria madeireira, aumentando os custos de produção.
Equilíbrio Econômico e Competitividade
Segundo Martins, um câmbio muito alto pode gerar concorrência desleal no mercado global, enquanto um câmbio muito baixo comprometeria os ganhos dos exportadores. Ele reforça a necessidade de um equilíbrio que favoreça tanto os exportadores quanto os consumidores nacionais.
O aumento do dólar reflete a complexidade da economia brasileira, beneficiando exportadores enquanto desafia o poder de compra dos consumidores e pressiona a inflação.
Matéria produzida por Rodrigo Lopes com informações de oliberal.com
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