O mês de dezembro é marcado pelas campanhas de conscientização sobre as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e sobre o câncer de pele; veja os meios de prevenir as doenças e infecções
O mês de dezembro é marcado por diversas ações de conscientização em saúde, sendo uma das mais significativas a campanha dezembro vermelho. Essa campanha visa alertar a população sobre a prevenção e o tratamento das Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), com foco especial no HIV/aids.
O termo antigo DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis) foi substituído por ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que decidiu mudar a nomenclatura considerando que a palavra “doença” está relacionada a sinais e sintomas visíveis, e a palavra “infecção” abrange condições assintomáticas.
Causadas por mais de 30 vírus ou bactérias, as ISTs são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual, mas também pode ocorrer transmissão da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação.
Diante do crescente número de novos casos de ISTs — especialmente na população jovem —, torna-se cada vez mais importante investir em campanhas de prevenção como o Dezembro Vermelho.
Qual a situação epidemiológica das ISTs atualmente?
Nos últimos anos, as ISTs apresentaram um aumento substancial de casos em diversas regiões do mundo, inclusive no Brasil. Conforme o Ministério da Saúde (MS), os novos casos de HIV têm se concentrado sobretudo em jovens de 15 a 24 anos. A estimativa da OMS é que mais de um milhão de ISTs curáveis e não virais ocorram diariamente no mundo em pessoas com idade entre 15 e 49 anos, dados que reforçam a importância de campanhas de prevenção.
Levantamentos recentes apontam que, em 2022, foram notificados mais de 40 mil novos casos de HIV no Brasil, com um aumento de 17% em relação ao ano de 2020. Além do HIV, outras ISTs, como sífilis, gonorreiae clamídia, também têm demonstrado crescimento preocupante, enfatizando a necessidade de ações contínuas de prevenção e tratamento.
Quais as principais ISTs?
As ISTs são infecções transmitidas predominantemente pelo contato sexual sem proteção. As principais incluem:
HIV/aids - Ataca o sistema imunológico, podendo levar à Síndrome da Imunodeficiência Adquirida.
Sífilis - Infecção bacteriana que, se não tratada, pode causar complicações graves.
Gonorreia - Causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, pode levar à infertilidade se não tratada.
Clamídia - Infecção bacteriana que pode ser assintomática, mas também causar sérias complicações reprodutivas.
HPV - Papilomavírus Humano, pode causar verrugas genitais e está associado ao câncer de colo de útero
Hepatite B - Não tem cura e muitas pessoas infectadas desconhecem que têm hepatite B, devido à ausência de sintomas.
Quais são as formas de prevenção?
A prevenção das ISTs passa por diversas estratégias, cujas principais podem ser vistas a seguir.
uso de preservativos: o uso correto e consistente de preservativos é uma das formas mais eficazes de prevenção contra ISTs;
educação sexual: programas educativos que abordam a sexualidade de maneira clara e informativa são essenciais para a conscientização dos jovens;
testagem regular: realizar testes periódicos para ISTs, especialmente aqueles que têm múltiplos parceiros sexuais ou que não usam preservativos regularmente;
tratamento das ISTs: tratamento adequado e imediato das ISTs para evitar complicações e transmissão a outras pessoas;
Profilaxia Pré-Exposição (PrEP): uso de medicamentos por pessoas com alto risco de contrair HIV para reduzir a probabilidade de infecção.
Dezembro laranja
Além da conscientização a respeito das ISTs, o mês de dezembro também é marcado pela cor laranja, que representa a campanha de prevenção ao câncer de pele. Segundo dados do Ministério da Saúde, o câncer da pele responde por 33% de todos os diagnósticos da doença no Brasil.
Já a Estimativa 2023 de Incidência de Câncer no Brasil, do INCA, revela números surpreendentes. São esperados aproximadamente 220,49 mil novos casos de câncer de pele por ano no triênio 2023-2025.
Como a incidência dos raios ultravioletas está cada vez mais agressiva em todo o planeta, as pessoas de todos os tons de pele devem estar atentas e se protegerem quando expostas ao sol.
“Embora o sol esteja associado a momentos de lazer e alegria, é fundamental lembrar que a exposição sem proteção adequada pode trazer sérios riscos à saúde da pele. Queremos que as pessoas entendam que a exposição sem cuidados pode ter consequências graves e que a prevenção está ao alcance de todos,” ressalta Aparecida Moraes, Coordenadora do Departamento de Oncologia Cutânea da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
A importância da identificação precoce
A detecção precoce é essencial para tratar o câncer de pele de forma eficaz e minimizar complicações. Para ajudar na identificação de sinais suspeitos, os dermatologistas recomendam uma regra do ABCDE. Essa metodologia avalia características específicas de pintas e manchas: assimetria, bordas irregulares, presença de vários núcleos em uma única lesão, diâmetro superior a 0,6 cm e evolução no tamanho ou aparência. Pintas que apresentam qualquer uma dessas características devem ser examinadas por um especialista.
O câncer de pele se divide em dois tipos principais: não melanoma e melanoma. O câncer de pele não melanoma é o mais comum e possui menor taxa de mortalidade. Dentro desse grupo, destacam-se o carcinoma basocelular, que afeta as camadas mais profundas da epiderme e é menos agressivo, e o carcinoma espinocelular, que atinge as camadas superiores da pele e pode causar danos prejudiciais se não tratados. Já o melanoma, embora menos frequente, é o mais agressivo. Originado nas células produtoras de melanina, possui alto potencial de metástase, podendo se espalhar para outros órgãos. Contudo, quando identificado nas fases iniciais, o melanoma apresenta boas chances de cura.
Hábitos simples que salvam vidas
A melhor maneira de evitar o câncer de pele é adotar medidas preventivas simples, mas eficazes. O uso diário de protetor solar, com fator de proteção adequado, é essencial, mesmo em dias nublados ou frios. Evitar a exposição ao sol nos horários de maior intensidade, entre 10h e 16h, e usar roupas que cubram a pele, além de chapéus e óculos de sol, ajudam a reduzir significativamente o risco.
Manter a pele hidratada também é importante, pois o ressecamento causado pelo calor pode torná-la mais vulnerável a danos. Produtos específicos para o tipo de pele de cada pessoa devem ser usados para garantir proteção e saúde durante o verão. Além disso, a realização de autoexames regulares é uma medida acessível e poderosa na detecção de sinais precoces de câncer.
Fonte: Com informações de G1, Agência Brasil, Sabin diagnósticos e O Hoje
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