O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek, no último dia 22 de dezembro, na divisa entre Maranhão e Tocantins, revelou os desafios estruturais do agronegócio e da logística na região Norte
A ponte, situada na estratégica rodovia Belém-Brasília, entre Estreito-MA e Aguiarnópolis-TO, era crucial para o escoamento de grãos como soja e milho do Sul do Pará com destino ao Porto de Itaqui, no Maranhão, além de insumos agrícolas que abasteciam o estado.
Com mais de 2 mil caminhões em trânsito diário pelo posto fiscal de Aguiarnópolis, a queda causou impactos imediatos e traz preocupações de longo prazo para produtores, transportadores e empresários. Rotas alternativas mais longas, o uso de balsas sobrecarregadas e o aumento dos custos de frete já refletem na cadeia logística da região, enquanto o agronegócio paraense teme prejuízos para a safra de 2024/25.
Impacto imediato
A ponte Juscelino Kubitschek, na divisa entre Maranhão e Tocantins, era um importante eixo rodoviário para o transporte de grãos e insumos, registrando cerca de 2 mil caminhões/dia no posto fiscal de Aguiarnópolis.
Rotas afetadas
A queda da ponte, que fazia parte da estratégica rodovia Belém-Brasília, aumentou trajetos logísticos em até 200 km, elevando custos de frete e prazos de entrega.
Prejuízos no agronegócio
Produtores de soja e milho do Pará que escoavam suas cargas pelo Porto de Itaqui (MA) enfrentam atrasos e custos logísticos mais altos.
Alternativas como os portos de Barcarena e Miritituba (PA) não absorvem toda a demanda do Sul do Pará, que dependia da ponte para acessar Itaqui.
Soluções provisórias
Balsas em cidades como Carolina e Porto Franco (MA) estão sobrecarregadas, gerando filas de caminhões e atrasos.
Rotas alternativas: Caminhos por Marabá (PA) e Filadélfia (TO) foram indicados, mas enfrentam gargalos devido à falta de infraestrutura.
Cenário futuro
Segundo a Aprosoja-PA, a logística da safra 2024/25 está ameaçada, com impactos na colheita e envio dos grãos por rodovias.
A ausência de infraestrutura alternativa expõe a fragilidade logística regional, afetando o abastecimento de insumos agrícolas no Pará e o fluxo de mercadorias para a região Norte.
Ações governamentais
O governo do Tocantins redistribuiu operações fiscais para postos em Bela Vista, Xambioá e Filadélfia.
Empresas e associações aguardam soluções, como construção de uma ponte provisória ou ampliação da capacidade das balsas, para reduzir prejuízos.
O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek ressalta a necessidade de investimentos urgentes em infraestrutura no Brasil. Para o Pará, o impacto direto no agronegócio e no abastecimento local reforça a urgência de alternativas logísticas para garantir competitividade econômica e fluidez no escoamento de mercadorias.
Matéria produzida por Rodrigo Lopes
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