A COP-28 está ocorrendo em Dubai e mostra que os olhares já estão voltados para a Amazônia e para Belém, onde ocorrerá a COP-30, em 2025. A lista conta com investimentos internacionais, fundos de reflorestamento, sustentabilidade e mais
A COP, sigla para Conferência das Partes (do inglês, Conference of the Parties), é um evento anual promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) que reúne representantes de todo o mundo, entre eles, diplomatas, governos e membros da sociedade civil, com o objetivo de discutir e organizar as iniciativas sobre os impactos das mudanças climáticas.
Neste ano, a COP-28 está sendo realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, e segue com as suas programações até o dia 12 de dezembro. Durante o evento, os olhos do mundo já estão se voltando para a Amazônia, especialmente para Belém, sede da COP-30 em 2025.
Por isso, a Plataforma Belém Negócios reuniu os principais investimentos anunciados para a Amazônia em Dubai. Os aportes serão destinados para o reflorestamento, rastreamento das cadeias produtivas, descarbonização da Amazônia, pequenos e médios negócios e muito mais. Confira abaixo.
- Fundo Amazônia
O Fundo Amazônia tem como objetivo captar doções para investimentos em ações de preservação, monitoramento e combate ao desmatamento, além da conservação, proteção e uso sustentável da Amazônia Legal.
Durante a COP-28 em Dubai, diversos investimentos foram anunciados para o Fundo. O Reino Unido, que já havia anunciado o aporte de R$500 milhões em maio deste ano, anunciou no dia 2 de dezembro, a doação de cerca de R$215 milhões (35 milhões de libras) adicionais para o Fundo Amazônia.
- Arco de Restauração na Amazônia
O BNDES lançou o Arco de Restauração na Amazônia. Com recursos do Fundo Amazônia, o Brasil vai receber o Investimento de R$450 milhões para a restauração de grandes áreas desmatadas ou degradadas do bioma.
O edital vai selecionar três organizações com experiência e capacidade para atuar como parceiros nas macrorregiões dos Estados do Acre, Amazonas e Rondônia; Mato Grosso e Tocantins; e Pará e Maranhão.
Além dos recursos do Fundo Amazônia, também poderão ser utilizados cerca de R$400 milhões do Fundo Clima, com taxas de juros reduzidas.
- Eletrobras e BNDES
A Eletrobras e o BNDES (Bando Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) assinaram um acordo de cooperação para investirem R$10 bilhões em projetos de descarbonização na Amazônia e recuperação de bacias hidrográficas.
As principais ações serão os planos de descarbonização da região amazônica, a melhoria da navegabilidade dos rios Madeira e Tocantins, e projetos para interligar comunidades isoladas.
- BNDESPar
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investirá R$75 milhões em pequenas e médias empresas da Amazônia através do BNDESPar, seu braço de participações acionárias.
O subsídio, junto com o de outros investidores, deve fazer o fundo de capital de risco Amazon Biodiversity Fund Brazil (ABF FIP) atingir um capital comprometido de R$ 235 milhões para investir em aproximadamente 15 empresas, com aportes que variam de R$ 4 a R$20 milhões por ativo.
A escolha dos ativos deve seguir quatro eixos de atuação: conservação, reflorestamento e meios de subsistência comunitários; cadeias de valor de pequenos produtores; agricultura sustentável; e inovação em serviços, finanças e tecnologia da biodiversidade.
- Coalizão Verde
O grupo foi lançado durante a Cúpula da Amazônia, que ocorreu em agosto deste ano, em Belém. A coalizão é comporta por 17 bancos de fomento dos países da região amazônica, em parceria com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Banco Mundial e CAF (Corporação Andina de Fomento).
Durante a COP-28, o BNDES assumiu a presidência do Comitê Diretor da Coalizão Verde. O grupo planeja investir até US$ 20 bilhões na Amazônia nos próximos 7 anos.
- Bezos Earth Fund
O Bezos Earth Fund, fundo filantrópico de Jeff Bezos, fundador da Amazon, anunciou um investimento de R$80,2 milhões para o Pará.
Os investimentos serão direcionados para o combate ao desmatamento no estado, visando alcançar o desmatamento ilegal zero nos próximos três anos, também criando o maior sistema de rastreabilidade animal do mundo.
Ao todo, a Bezos Earth Fund investiu US$ 57 milhões para projetos atrelados ao futuro da alimentação e do meio ambiente, além disso, destinou outros US$ 850 milhões para a implementação da agenda global sobre sistemas alimentares e climas até 2030.
- Mombak e Microsoft
Durante a COP-28, a Mombak anunciou um acordo histórico com a Microsoft para o fornecimento de créditos de remoção de carbono de seus projetos de reflorestamento na Amazônia brasileira.
O contrato é um dos maiores de compra e venda de remoção baseados na natureza no mundo e o maior contrato do tipo da Microsoft por volume até hoje.
O acordo permitirá o plantio de 25 florestas em áreas desmatadas, que devem abrigar 30 milhões de árvores de mais de 100 espécies nativas do bioma, incluindo algumas ameaçadas de extinção, como cedro-rosa, castanheira, itaúba e mogno. O tamanho disso tudo - pouco mais de 28 mil hectares - equivale a quase 19 cidades de São Paulo.
- Rastreabilidade do gado no Pará
Durante a COP-28, o Governador Helder Barbalho anunciou o Programa de Integridade e Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Pecuária de Bovídeos Paraenses. O programa prevê que a identificação individual e a rastreabilidade do gado paraense tenham suas etapas de implementação concluídas até 2026.
Como apoio ao programa, a empresa JBS anunciou o investimento de R$ 43 milhões dos próximos três anos. O foco será o fomento a agricultura familiar, a transparência e a rastreabilidade do gado, além do apoio aos pequenos produtores através de programas de regularização ambiental e adoção de práticas regenerativas e sistemas agroflorestais.
Além da JBS, o fundo Bezos Earth Fund, também vai cooperar com R$ 80 milhões nos próximos três anos. Os recursos serão aplicados na construção de incentivos para a adesão de produtores ao programa de rastreabilidade.
- França e Brasil
O presidente da França, Emmanuel Macron anunciou o repasse de cerca de R$2,68 bilhões para a preservação da Amazônia durante os próximos três anos.
O anuncio foi feito após uma reunião bilateral do presidente francês com o presidente brasileiro durante a COP-28 em Dubai. O representantes também conversaram sobre o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, negociado há mais de 20 anos.
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