O portfólio de marcas inclui ainda Dogfy, Mr. Dry, Mr. Clean e Caninosso e a companhia atua também no modelo white label, produzindo para marcas de terceiros. Em 10 anos de operação, a empresa se tornou um dos principais fornecedores da América Latina de alimentos e produtos mastigáveis naturais, petiscos e tapetes higiênicos para cães e gatos
Na disputa acirrada do mercado pet, uma companhia brasileira ganhou espaço entre os consumidores locais – e americanos. A Upper Dog virou best-seller de mastigáveis para cães na Amazon nos Estados Unidos com a marca Natural Farm e acaba de aumentar o portfólio com mais uma aquisição.
No fim de janeiro, comprou a sergipana Adora Pet, um cheque (entre aquisição e investimento na fábrica) na casa de R$ 40 milhões. A Adora posiciona a Upper para atender a região Nordeste, já que a operação em Imperatriz do Maranhão era mais voltada ao Norte e Centro-Oeste. No Sudeste, os produtos saem da fábrica de São Sebastião do Paraíso, em Minas, enquanto a operação administrativa fica em Sorocaba. A companhia tem centros de distribuição internacionais, como Atlanta e Miami.
A Upper já tinha comprado a mineira Petiscão e está negociando uma empresa no Canadá, no que pode ser sua primeira aquisição internacional. “Estamos abertos a novas aquisições. O M&A tem um poder incrível”, diz Marcelo Barbosa, o paraense que é fundador e CEO da Upper. Ele exemplifica que a atualização da fábrica em Imperatriz poupou dois anos em construção e ampliação de produção.
O crescimento da fabricação nacional ajuda a abastecer principalmente as exportações, principal canal de vendas, com 80% do negócio – puxado por EUA, Canadá e Austrália. A Upper também vai estrear em feiras especializadas na Europa, para buscar distribuição naquele mercado. “Os nossos critérios de produção, desde os ingredientes naturais às embalagens recicláveis, casam muito com o perfil do consumidor europeu”, diz o CEO.
O portfólio de marcas inclui ainda Dogfy, Mr. Dry, Mr. Clean e Caninosso e a companhia atua também no modelo white label, produzindo para marcas de terceiros. Em 10 anos de operação, a Upper se tornou um dos principais fornecedores da América Latina de alimentos e produtos mastigáveis naturais, petiscos e tapetes higiênicos para cães e gatos.
O crescimento segue acelerado. No ano passado, com um salto de 45%, alcançou uma receita de R$ 550 milhões. Para este ano, a projeção – conservadora, garante o dono – é de R$ 700 milhões, o que vai representar alta de 27%. Nesse ritmo, a companhia bate seu primeiro bilhão em dois a três anos, antes de o fundador completar 30 anos de idade.
Barbosa já tinha o tino empreendedor desde a infância, quando comprava relógios na feira e vendida em rifas para os funcionários da empresa do pai, em Belém do Pará – estrategicamente perto das datas da folha de pagamento. Mas foi aos 17, quando sua então namorada e atual esposa engravidou, que ele viu que precisava montar um negócio formal. (O casal tem hoje três fillhas)
“A gente se casou e bateu aquela responsabilidade do adolescente virar homem”, conta Barbosa. Ele começou a cuidar da área logística da empresa da família, que atuava na produção de couro curtido, e viu um caminho para aproveitar um subproduto da indústria, que era o mastigável de couro. Sem plano de negócios estruturado, montou uma planta de produção com 20 funcionários.
As vendas começaram a aumentar e a Upper comprou uma planta desativada em Imperatriz do Maranhão, transferindo a produção de Belém – o mercado de origem deixou de ter operação da companhia. O couro também foi substituído por partes mais saudáveis para os pets, como vergalho e esôfago bovino, que não tinham destinação na indústria frigorífica.
A linha de mastigáveis responde por quase 85% da receita, seguida de petiscos e itens higiênicos. A Adora ajuda a adicionar algumas dezenas de milhões na categoria principal. No ano passado, a fábrica sergipana faturou R$ 20 milhões, mas a Upper avalia que consegue elevar o número para R$ 50 milhões já neste ano.
A Upper já foi avaliada em R$ 1 bilhão em uma abordagem de private equity mas, com seu crescimento acelerado, resolveu esperar. A companhia tem trabalhado com o Bradesco BBI em potenciais prospecções para uma futura capitalização. “Estamos abertos a conversas, mas não temos pressa nenhuma. Hoje o foco é muito mais em adquirir”, diz Barbosa.
Leia Mais:
Descubra um novo jeito de fazer network e desenvolver novas habilidades com a Comunidade Belém Negócios
Acompanhe todas as notícias do Belém Negócios, entre para o Grupo no WhatsApp
Belém Negócios lança iniciativa Oficina de Negócios, um ambiente para preparar as empresas para a COP-30