Expansão de projetos sustentáveis ganha força na região Norte, impulsionando oportunidades para a COP 30

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou mais de R$ 10 bilhões em crédito para financiamentos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima). O aporte massivo de recursos tem como principal objetivo viabilizar projetos de fontes renováveis e fortalecer iniciativas de economia verde e descarbonização no Brasil.
Apesar do volume significativo, a região Norte foi a que recebeu a menor fatia dos recursos, com R$ 460 milhões aprovados, ficando atrás do Sudeste (R$ 4,1 bilhões), Centro-Oeste (R$ 2 bilhões), Nordeste (R$ 1,8 bilhão) e Sul (R$ 1,6 bilhão). No entanto, especialistas afirmam que a COP 30, que será realizada em Belém, pode impulsionar novos investimentos sustentáveis na região, colocando o Pará no centro das discussões globais sobre clima e desenvolvimento sustentável.
Oportunidades para a Amazônia e a COP 30
A realização da COP 30 em Belém, em novembro de 2025, coloca a Amazônia em evidência e fortalece o debate sobre a necessidade de investimentos em infraestrutura sustentável, energia limpa e soluções climáticas. O Fundo Clima pode ser um caminho estratégico para financiar projetos na região, garantindo o desenvolvimento aliado à preservação ambiental.
De acordo com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, o fortalecimento da economia verde é um fator essencial neste momento:
“O Fundo Clima nos permite aprofundar essa estratégia de fortalecimento da economia verde, da descarbonização e da sustentabilidade ambiental, principalmente neste cenário de crescimento global do negacionismo climático”.
Desafios e Potencial para o Pará
O Pará, como sede da COP 30 e um dos estados mais impactados pelo desmatamento e mudanças climáticas, tem um grande potencial para captar investimentos do Fundo Clima. O estado já conta com projetos voltados à transição energética e à economia sustentável, mas ainda enfrenta desafios estruturais para ampliar sua participação no financiamento verde.
Especialistas apontam que a baixa alocação de recursos para a região Norte pode ser revertida com uma articulação mais forte entre os governos estadual e federal, além do setor privado. Isso inclui projetos para:
Energia renovável: ampliação da geração de energia solar e eólica na região.
Infraestrutura sustentável: desenvolvimento de sistemas de transporte mais eficientes e menos poluentes.
Preservação da floresta e bioeconomia: incentivo a negócios que valorizem a biodiversidade amazônica, como produção sustentável de açaí e castanha-do-pará.
Transpetro e a logística de energia na Amazônia
A infraestrutura energética na região Norte também vem sendo fortalecida. A Transpetro, subsidiária da Petrobras, destacou que conseguiu fornecer 16,6 mil toneladas de gás liquefeito de petróleo (GLP) na Região Norte durante a estiagem histórica de 2024, garantindo o abastecimento de comunidades que dependem desse combustível para geração de energia.
Essa operação evidencia a necessidade de investimentos logísticos para garantir o fornecimento sustentável de energia na região, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis e ampliando o uso de fontes renováveis.
Futuro do financiamento verde na Amazônia
Com o crescimento da demanda global por ações concretas contra as mudanças climáticas, a Amazônia se torna uma peça-chave nas estratégias de desenvolvimento sustentável. O Fundo Clima, ao direcionar recursos para fontes renováveis e projetos sustentáveis, pode posicionar o Pará como referência global em soluções ambientais e negócios sustentáveis.
A COP 30 será uma oportunidade para ampliar a captação de investimentos, fortalecer parcerias internacionais e consolidar o estado como um dos principais polos da economia verde no Brasil. Com planejamento estratégico e incentivo do setor público e privado, Belém e a Amazônia podem se tornar um exemplo de desenvolvimento sustentável aliado à preservação ambiental.
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