A capital paraense saiu da 13ª colocação, com um crescimento de 9,6%. O aumento se deu pela confiabilidade do empresariado e pela expansão da atividade turística da região
Belém alcançou o 3º lugar no ranking dos dez municípios que registraram o maior crescimento em número de unidades franqueadas no primeiro semestre de 2023, saindo da 13ª posição, com um crescimento no número de operações de 9,6%, que subiu de 1.339 para 1.467. O levantamento é da Associação Brasileira de Franchising, e aponta como motivos para a confiabilidade do empresariado e o aumento da atividade turística associada à retomada de serviços. O setor de serviços é um dos que vê potencial de crescimento na região.
Denise Mendes pegou carona nessa boa onda e replicou em um shopping center de Belém uma biscoiteria, a Biscoitê, que já tem outras 19 unidades pelo Brasil. Ela conta que a decisão de investir em uma franquia foi impulsionada pela promessa de acesso a um ‘know-how’ comprovado no funcionamento do negócio, o que aceleraria o crescimento com técnicas já testadas por outros franqueados.
“Desde a concepção da ideia até a abertura passou-se aproximadamente um ano. Esse período envolveu a escolha da franquia, estudo detalhado do negócio, negociação do contrato, confecção de móveis, aquisição de maquinários e finalmente a inauguração da loja. Na primeira visita à fábrica da biscoiteria eu fiquei encantada não apenas com o aroma dos deliciosos biscoitos e a qualidade dos produtos, mas também com a beleza das embalagens que proporcionam um toque visual especial”, lembra Denise.
Ela afirma que a aposta em algo realmente concreto também pesou na hora de investir. “Não diria que investimos significativamente menos na comparação com um negócio próprio ou original, mas a eficiência do investimento foi um fator crucial na decisão. Muitas das fórmulas de sucesso já estavam estabelecidas. Além disso, como franqueados, fazemos parte de uma comunidade que compartilha experiências comuns, tornando a jornada empresarial menos solitária e incerta. A escolha de uma franquia fez sentido para mim, pois eu tinha conhecimento limitado em gestão de comércio devido à minha formação em Direito. A franquia foi a escolha natural, dada a sua marca e o potencial de mercado em Belém”, detalha.
Da inauguração até hoje, Denise conta que o retorno do público só superou – amplamente – as expectativas. Ela credita o sucesso à combinação de atendimento e produtos de qualidade. “Muitos clientes tornaram-se fiéis à marca em pouco tempo, solicitando produtos específicos. O êxito é tão notável que estamos recebendo propostas de outros shoppings para abrir novas franquias, embora ainda estejamos avaliando o mercado antes de tomar uma decisão final”, antecipa.
Potencial
Lucien Newton é vice-presidente de uma entidade de consultoria especializada em franchising e ratifica que o turismo e tudo o que ele movimenta estimula o setor de Serviços, e o franchising há anos se destaca naquele segmento com várias oportunidades empresariais no setor – e por aqui não seria diferente.
“Belém e o Pará ainda possuem um grande potencial no turismo e todo setor de Serviços relacionados, e por isso, os próximos anos serão de forte crescimento. O franchising chegou forte no Pará, e acredito que agora este crescimento será forte por pelo menos por cinco anos. Os empreendedores de Belém devem aproveitar todas as oportunidades e a 30ª edição da Conferência do Clima, a COP 30, que será na capital paraense em 2025, significa uma grande chance para quem comprar franquias. Operando bem neste período, já começam com o pé direito, em um momento em que a cidade estará em evidência para todo o mundo”, avalia.
Ele enaltece o entendimento de Denise de que, de fato, franquias são mais seguras que os negócios independentes, não apenas porque o franqueado recebe o direito de uso de uma marca nacional, mas sim porque ele recebe todo o conhecimento e experiências de como ganhar dinheiro na operação de um negócio. “É por isso que o franchising cresce tanto”, destaca.
O perfil empreendedor do paraense também tem grande contribuição para esse crescimento, segundo Lucien. “Chama atenção é como a população é empreendedora, e sempre está na busca de novos negócios que possam representar o crescimento empresarial. O franchising, para dar certo, precisa ter franqueados que acreditam e trabalham duro. Os paraenses são empreendedores que não tem medo do trabalho e por isso a contrapartida acontece, a população consome e traz prosperidade para todos”, analisa.
Adequando o serviço à demanda pré-existente
Rogério Oliveira acreditou na ideia de uma rede de franquias especializada em recursos de multas de trânsito, processos de suspensão e cassação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), em Belém, a Help Multas. Ele passou um tempo buscando um negócio justamente na área, já que atua há mais de dez anos como despachante de veículos e auxilia proprietários e condutores.
“Quando conheci a marca, me dei conta que não existia esse serviço de forma estruturada aqui no Pará. Foi um tempo de três meses para abrir nossa na capital paraense”, conta. Ele também ficou mais seguro de investir em algo com viabilidade de mercado no lugar de estruturar o negócio do zero.
O empresário admite que o público desse segmento aqui no Pará ainda está se acostumando com o serviço.
“Na verdade, grande parte não tinha o hábito de recorrer e usar seu direito de defesa, em grande parte pelo fato dos órgãos de trânsito focarem mais em multas e não serem tão efetivos nas penalidades tipo suspensão da CNH por pontos e outras consequências de multas autossuspensiva. Mas eu já percebo que os órgãos estão se atualizando para cumprir o que a lei manda. Por isso, a demanda pelos nossos serviços está em uma crescente”, confia Rogério.
Abrir uma loja da maior rede de franquias de bolos do país, a Casa de Bolos, também empolgou a empresária Simone Metzler, que há menos de um ano e meio se mudou para Belém, mas já com a ideia de ter o negócio. “Morávamos em Mato Grosso e meu esposo recebeu proposta de trabalho aqui, aceitamos e mudamos de cidade, e a franqueada caiu como uma luva, uma excelente opção para que eu pudesse começar a trabalhar e empreender”, justifica.
Até mesmo investimento, valores, plano de negócios, tudo veio da rede, e aí Simone pôde focar exclusivamente no trabalho do dia a dia. “A decisão de qual tipo de negócio escolher surgiu porque eu sempre fui a ‘boleira’ da família, toda comemoração o bolo era por minha conta, então essa foi a melhor decisão que poderia fazer para iniciar essa jornada”, revela.
“Acreditamos que, com o tempo, seremos mais conhecidos, e com isso, aumentaremos s clientela, até porque nossos clientes elogiam muito a qualidade do produto. A pretensão para o futuro é inclusive de expandir com esse modelo de negócio para outro bairro ou até mesmo outra cidade”, revela.
Diário do Pará
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