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Ata do Copom confirma Selic a 13,25% ao ano; entenda as consequências

Foto do escritor: Rodrigo LopesRodrigo Lopes

Atualizado: há 5 dias

Selic em 13,25% consolida projeções e impacta o cenário de investimentos

Ata do COPOM
Reprodução: Money Times

Na ata divulgada nesta quarta-feira (30), o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central detalhou os motivos que levaram à decisão de elevar a taxa Selic de 12,25% para 13,25% ao ano. Essa foi a primeira reunião comandada por Gabriel Galípolo como presidente do BC e marcou o início do ciclo de decisões monetárias de 2025.


Resumo da reunião


A ata destaca que a decisão de elevar a Selic em 1 ponto percentual foi unânime e baseada no cenário econômico doméstico e internacional, considerado “mais desafiador”. O documento aponta que a resiliência da atividade econômica brasileira, aliada ao mercado de trabalho aquecido, tem ampliado as pressões inflacionárias.


A Selic, que agora está em 13,25% ao ano, deverá permanecer nesse patamar até pelo menos a próxima reunião do Copom, prevista para os dias 18 e 19 de março.

Justificativas para a alta


Inflação acima da meta: Apesar de avanços no controle da inflação, o índice ainda apresenta resistência, especialmente em setores de serviços e bens duráveis.


Aquecimento do mercado de trabalho: O Brasil continua registrando baixos níveis de desemprego, o que pressiona os salários e. consequentemente, os preços.


Cenário externo adverso: O aumento das taxas de juros em economias desenvolvidas e a alta nos preços das commodities impactaram o cenário inflacionário local.


Federal Reserve nos Estados Unidos


Nos EUA, por sua vez, os principais índices de ações começaram o dia em queda, com o mercado aguardando a decisão de juros do Fed (Federal Reserve) e os balanços das big techs após o fechamento do mercado. A autoridade monetária dos EUA manteve taxas entre 4,25% e 4,5% ao ano e interrompe queda dos juros à espera de impactos de Trump.


As ações das empresas de tecnologia apresentaram queda logo pela manhã, com a Nvidia recuando 2,62%, a Microsoft 0,86% e a Tesla 1,38%. Após um forte “sell-off” na segunda-feira, motivado pela DeepSeek, essas ações recuperaram parte das perdas da última terça-feira (28).


Impactos nos investimentos


A elevação da Selic para 13,25% ao ano reforça a atratividade da renda fixa. Com a taxa ultrapassando 12,68% ao ano, equivalente a aproximadamente 1% ao mês, os títulos do Tesouro Direto tornam-se ainda mais vantajosos para os investidores conservadores. Em contrapartida, o Ibovespa deve sofrer nova desidratação de capitais no curto e médio prazo, devido à migração de recursos para ativos de menor risco. Nesse sentido, de acordo com Richard Carvalho, advogado, com especialização em recuperação tributária e MBA em Investimentos e Finanças Pessoais, CEA e consultor financeiro pela Mont Capital,

"A renda fixa torna-se ainda mais atrativa para o investidor, e com isso, o Ibovespa sofrerá nova desidratação de capitais no curto e médio prazo, portanto, é hora de aproveitar as taxas do Tesouro Direto, buscar títulos menos atrelados ao IPCA e mais a outros indexadores e formar o seu colchão de reserva" destaca.

Ainda de acordo com Richard, para investidores em renda variável, o cenário exige cautela. Empresas altamente endividadas sentirão maior pressão financeira com o aumento dos juros, tornando-se menos atrativas. Em contrapartida, empresas com bons indicadores de liquidez e baixo endividamento podem representar oportunidades de compra a preços reduzidos, considerando uma possível reversão da política monetária no futuro.


Richard Carvalho também avalia que a decisão do Copom segue uma abordagem conservadora para combater as pressões inflacionárias.

"A persistência da inflação em setores como alimentos mostra que a política monetária não será suficiente para contê-la, pois há fatores externos envolvidos nessa conjuntura. Medidas fiscais e estruturais serão necessárias para garantir um equilíbrio entre crescimento e controle inflacionário", afirma.

Próximos passos


O novo patamar da Selic permanecerá em vigor até a próxima reunião do Copom, prevista para os dias 18 e 19 de março. Até lá, o mercado financeiro acompanhará de perto a evolução dos índices de inflação e as diretrizes do governo para setores críticos da economia. A postura do Banco Central nos próximos meses será determinante para definir o ritmo da política monetária ao longo do ano.

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