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COP-30: Antigo prédio da Receita Federal, em Belém, não será transformado em hotel

Cada vem mais próximo da data do evento, a capital paraense continua enfrentando problemas para desafogar a hotelaria e atender ao público estimado da COP-30 em 2025

Hospedagem Belém COP-30 prédio Receita Federal
Foto: Wagner Almeida

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas ocorrerá em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro de 2025 e trará uma enorme visibilidade para o Brasil e principalmente para a Região Norte.


O evento destaca a discussão e formulação de políticas ambientais a partir da reunião de líderes mundiais, cientistas, ativistas e representantes da sociedade civil, para estabelecer e fortalecer compromissos internacionais com a diminuição das mudanças climáticas. A capital paraense foi estrategicamente escolhida para representar o Brasil na indicação realizada pelo presidente Lula, durante a COP-27, no Egito.


Como parte da Amazônia brasileira, Belém representa uma das regiões mais importantes para o equilíbrio climático do planeta. O anúncio oficial da escolha da cidade como sede da COP-30 ocorreu em maio de 2023, quando começaram a criar forças de trabalho para nortear a organização e preparação da cidade para receber o evento.


Frentes de Trabalho

Ainda em 2023, foi criado um Comitê Técnico para a COP-30, que é coordenado pela Casa Civil e integrado pelos ministérios das Relações Exteriores, Meio Ambiente, Planejamento e Cidades; o Governo do Estado e a Prefeitura de Belém participam como convidados. O Comitê tem o objetivo de definir um plano de trabalho para acompanhar projetos de logística, infraestrutura, obras e articulações necessária para a realização do evento em Belém.


Já no início de 2024, após as polêmicas sobre a mudança da cidade sede da COP-30, o governo federal instituiu a Secretaria Extraordinária para a COP-30, que fica responsável pela articulação entre Belém, o Estado, o Governo Federal e a interlocução com a ONU. Além disso, a Secretaria monitora as obras, a gestão dos contratos, convênios e acordos, além de ações de segurança, saúde, mobilidade urbana e mais.


Além disso, o Governo do Estado criou o Comitê Estadual para a COP-30, em junho de 2024. O Comitê é presidido pela vice governadora Hana Ghassan e tem a participação das Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Turismo (Setur), Cultura (Secult), Planejamento e Administração (Seplad), Comunicação (Secom), Segurança Pública e Defesa Social (Segup), além da Procuradoria-Geral do Estado do Pará (PGE) e da Polícia Militar do Pará.


Dentre as competências do Comitê Estadual estão subsidiar com conhecimento técnico e informações setoriais; participar de reuniões, eventos locais, regionais, nacionais e internacionais necessários para a realização da COP-30, entre outros.


Desafios para a realização do evento

A Conferência das Partes é um dos eventos mais importantes para a discussão mundial das mudanças climáticas e por ser um evento de grande porte, a capital paraense precisa superar desafios logísticos e de infraestrutura para conseguir sediar com tranquilidade a COP-30 em 2025.


Segundo estimativas da Fundação Getúlio Vargas (FGV), são esperados mais de 40 mil visitantes durante os principais dias da COP-30. Desse total, aproximadamente 7 mil são formados pelas equipes da ONU e delegações de países membros. Nesse sentido, a capacidade hoteleira da Cidade é o que mais preocupa as autoridades a respeito da realização do evento na capital paraense.


Hotelaria

De acordo com Toni Santiago, presidente da ABIH/PA - Associação Brasileira da Indústria de Hotéis - a cidade possui atualmente cerca de 17 mil leitos. "Existe a expectativa da rede de hotéis Vila Galé construir mais 360 leitos e outros pequenos hotéis que estão sendo reformados entrarem com mais 520 leitos. Ficando na capital em torno de 18 mil leitos. Além da capital, temos os municípios da grande Belém, que dispõe de aproximadamente 1.200 leitos", explicou Santiago à Revista Hotéis.


Mesmo com a RMB e com algumas readequações, a quantidade de leitos ainda é inferior a necessária para abrigar o evento. Salinópolis chegou a ser considerada como ponto de hospedagem para os chefes de estado, porém os 215 km de distância da capital complicariam ainda mais a logística em meio a uma cidade lotada sediando um evento mundial.


Em setembro de 2023, foi realizado um mapeamento de sete prédios da capital paraense que poderiam ser readequados e utilizados como hotéis durante a COP-30. Em abril de 2024, o Governo Federal anunciou a cessão de uso do antigo prédio da Receita Federal, em Belém, para a implantação de um projeto de readequação com foco na rede hoteleira.


O prédio possui 18 andares num terreno com área de 2.709,00 m² e benfeitorias que somam 15.218,00 m². Ele está localizado no Bairro Reduto e seria cedido ao Estado do Pará sob condições especiais. Porém, segundo a coluna do jornalista Mauro Bonna, devido ao tamanho da obra de readequação e o curto prazo para o inicio do evento, a ideia foi descartada.


O Governo do Estado também realizou uma parceria com a Airbnb para tornar o serviço da plataforma mais conhecido no Estado e ampliar o número de leitos oferecidos no site. “É essa possibilidade que a gente gostaria de oferecer. A gente quer familiarizar, e vamos fazer esforços de comunicação. Toda a população tem a possibilidade de ofertar as suas residências, as suas acomodações, para poder fazer parte e ser impactada direta e economicamente”, frisou Flávia Matos, diretora de Políticas Públicas e Assuntos Governamentais do Airbnb.


Orlando Souza, presidente executivo do Fórum dos Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), destaca que a questão do tempo é complexa e que vai além do aumento do número de leitos , é preciso pensar também nas demandas e na relação entre investimento e retorno. "O número atual de leitos em Belém se dá de acordo com a demanda da região. No ano de 2023 a taxa de ocupação ficou em torno de 65%, assim como em 2022. Se houver a construção de novos hotéis haverá uma queda na taxa de ocupação, assim como de diária média, pois vai se ampliar a oferta para uma demanda que já não é muito alta. Para alguém construir um novo hotel, é preciso ver se haverá retorno sobre o investimento", disse em entrevista à Revista Hotéis.


Outra possibilidade a ser considerada é a hospedagem em navios aportados no Porto de Belém, que tem passado pelo processo de dragagem para suportar a ancoragem de navios maiores.


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