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Acordo Mercosul-União Europeia: uma janela para o desenvolvimento de negócios na Amazônia

Acordo anunciado pelas autoridades dos países envolvidos pode representar um novo momento do comércio exterior no Pará


Acordo Mercosul-União Europeia

Depois de mais de duas décadas de negociações, o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, firmado em 2024, traz consigo oportunidades e desafios significativos para a Amazônia. Esse tratado não apenas busca fortalecer laços comerciais entre os blocos, mas também abre espaço para uma nova dinâmica de desenvolvimento econômico que equilibra produção e conservação.


Benefícios para a Amazônia


Um dos aspectos mais promissores do acordo é o potencial para fomentar cadeias produtivas sustentáveis na região amazônica. Com a União Europeia impondo critérios rigorosos de sustentabilidade, produtos amazônicos como açaí, castanha-do-pará e madeira manejada podem ganhar ainda mais relevância nos mercados internacionais. Esse contexto estimula práticas de produção responsáveis e amplia o acesso a certificações ambientais, agregando valor aos produtos locais.


A pressão por rastreabilidade e desmatamento zero também tende a impulsionar investimentos em tecnologia e monitoramento ambiental, criando um ecossistema mais favorável para pequenos e médios produtores. Programas de capacitação e incentivos para a transição para modelos produtivos sustentáveis podem ser integrados à implementação do tratado.


Impactos para o estado do Pará


O Pará, como um dos estados mais dinâmicos da Amazônia, está bem posicionado para aproveitar as oportunidades abertas pelo acordo. O setor mineral, que é uma das principais bases da economia do estado, poderá se beneficiar de tarifas reduzidas para a exportação de metais como o alumínio e o ferro. No entanto, o estado enfrenta o desafio de alinhar essa vantagem com as exigências ambientais impostas pelo tratado, especialmente no que tange à emissão de carbono e ao impacto socioambiental da mineração.


O setor de agronegócio também se destaca, especialmente na produção de cacau e outros produtos de alta demanda na União Europeia. Produtores paraenses, porém, precisam se adaptar às normativas europeias para conquistar novos mercados. Ao mesmo tempo, o acordo pode fomentar parcerias público-privadas para projetos de infraestrutura logística, essenciais para tornar a região mais competitiva.


Consultado pela Belém Negócios, Essio Lanfredi. representante do escritório regional da ApexBrasil, pontuou que a agência estima aumento de mais de US$ 7 bi nas exportações no curto prazo. De acordo com a posição oficial da agência, o acordo é uma oportunidade para diversificação e agregação de valor aos produtos exportados.


A agência mapeou mais de 1800 oportunidades de curto prazo para o bloco, com destaque para uma ampla gama de produtos, como café, milho, suco de laranja, mel natural, aviões, calçados, móveis de madeira entre muitos outros.


"Considerando que produtos como minérios, mel natural, suco de laranja, móveis de madeira e toda a bioeconomia a qual especialmente o mercado europeu valoriza, implicitamente podemos estimar benefícios para as cadeias produtivas paraenses", destaca Essio Lanfredi.

Matéria produzida por Rodrigo Lopes

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