Ações da Vale são vendidas em 9 bi; movimentação sinaliza força compradora para as ações da mineradora

Venda saiu com desconto de 0,59% em relação ao fechamento de ontem; recursos vão ajudar o grupo a reduzir alavancagem

Imagem: REUTERS/Brendan McDermid

A Cosan vendeu hoje em leilão na bolsa 173 milhões de ações da Vale, operação que totalizou R$ 9 bilhões. Os papéis foram vendidos com desconto de R$ 52,29, um desconto de 0,59% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 52,60. Logo após o leilão, o papel da Vale subia 0,17% cotado a R$ 52,69. A operação foi coordenada pelo J.P. Morgan.

A Cosan chegou a pedir cotação para três bancos – JP Morgan, Itaú e BofA – e ficou com o primeiro, que garantiu o preço de entrada a R$ 50,63, desconto de 3,75%. A demanda no mercado garantiu o sucesso da operação a desconto menos expressivo.

A holding de Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan, terá um prejuízo considerável no movimento. Por conta das estruturas de derivativos, é difícil saber o preço médio a que a posição foi mantida; gestores de mercado estimam o valor de entrada foi algo próximo de R$ 70 por ação, isso sem considerar os custos com as operações de derivativos e a alavancagem tomada para financiar a operação.

Rubens Ometto, destaca que sempre acreditou no Brasil e por isso investe aqui, sendo a Vale um ativo extraordinário e de gestão confiável, porém, sugere cautela nessas movimentações.

“O patamar atual da taxa de juros nos obriga a reduzir a alavancagem da Cosan. Na minha trajetória de empreendedor, fui ficando mais pragmático. Já passei por muito e aprendi que o foco deve ser na disciplina financeira para podermos continuar crescendo”, enfatizou.

A Cosan construiu uma posição de 6,5% na Vale em outubro de 2022, por meio de derivativos e de compra à vista. Numa relação que foi se estressando ao longo do tempo, entre o final de 2023 e o começo de 2024, a companhia já tinha desfeito a posição de collar spread, reduzindo a exposição econômica a 4,1% da mineradora.