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A industrialização do Pará: como o estado está se tornando um grande corredor da exportação e distribuição

Geografia do Estado e uma população com crescente capacidade de compra são os dois fatores que turbinam os investimentos em logística, seja voltada para os grãos do Centro-Oeste quanto para o varejo


Foto: Divulgação

A geografia do Pará atrai investimentos voltados para as exportações. E uma população com crescente capacidade de compra exige mais pontos de distribuição de mercadorias. Os dois fatores turbinam os investimentos em logística no Estado.


A expectativa é que os R$ 38 bilhões em investimentos em infraestrutura em quatro anos previstos no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal criem condições para que o chamado Arco Norte seja a porta de saída de uma fatia cada vez maior da safra de grãos do Centro-Oeste.


A região produziu cerca de metade dos 193 milhões de toneladas exportadas pelo Brasil no ano passado. Segundo a Associação dos Terminais Portuários e Estações de Transbordo de Cargas da Bacia Amazônica (Amport), 37% dos granéis agrícolas exportados, como milho e soja, passaram pelos nove portos representados pela entidade, seis deles no Pará.


“Seremos o maior corredor porque teremos o menor custo”, prevê Flávio Acatauassú, presidente da Amport, ressaltando que a rota será composta também por hidrovias, que consomem a metade do combustível do modal ferroviário e 5% do rodoviário. Dos 45 projetos de transporte previstos para o Pará, 22 são de portos e hidrovias. Portos de cinco cidades do Estado terão investimentos, a maior parte em arrendamentos de terminais para grãos ou minerais.


O canal de acesso do Porto de Belém será dragado até novembro de 2025. No Rio Tocantins, está prevista a remoção de pedras do leito em Itupiranga, a construção de eclusas no trecho próximo à divisa com o Tocantins e a sinalização para navegação.


FERROGRÃO

Entre as obras rodoviárias, a construção do trecho da BR-230 entre Medicilândia e Rurópolis beneficiará a agricultura familiar e a ligada à bioeconomia.


Tirar a Ferrogrão do papel é visto como decisivo para o Pará. O projeto da estrada de ferro de 933 quilômetros ligando Sinop (MT) ao porto paraense de Miritituba surgiu em 2014, formulado por gigantes do agro como Bunge e Amaggi e apoiado por sucessivos governos, mas a obra ainda não começou.


Em 2020, a lei que mudou os limites do Parque Nacional do Jamanxim para viabilizar a ferrovia foi contestada no Supremo Tribunal Federal (STF), que deve dar uma decisão final em março. “Defendemos a Ferrogrão para desafogar a BR-163 (paralela ao traçado proposto para a ferrovia) e reduzir inclusive a emissão de gases do efeito estufa pelo transporte de grãos vindos de Mato Grosso”, diz Alex Dias Carvalho, presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa).


Marcos Ganut, sócio-diretor da consultoria Alvarez & Marsal, pondera que a Ferrogrão é de difícil viabilidade. Concorre com ferrovias já existentes ou em construção, ameaça devastar uma área ainda indefinida de floresta e demanda alto investimento. Foi orçada em R$ 21 bilhões, o que está sendo revisto no STF.


O Ministério dos Transportes diz trabalhar numa solução “ambientalmente sustentável”. Os estudos devem ser concluídos até junho.


E-COMMERCE

O Pará também atrai grandes varejistas. Apesar de a região corresponder a apenas 3,2% do volume de vendas do e-commerce no Brasil, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm), o potencial de crescimento fez do Estado um ponto estratégico de distribuição.


No ano passado, a gigante asiática do comércio eletrônico Shopee instalou um hub logístico em Ananindeua, de onde saem encomendas para cidades do entorno. O Mercado Livre tem um centro de serviços em Benevides e cinco pontos de apoio em Abaetetuba, Capanema, Marabá, Paragominas e Goianésia do Pará.


A FedEx, que atua em Belém desde 2012, abriu um novo centro de distribuição. O pátio da unidade tem 10 mil m², para receber mais carretas. Luiz Paulo da Costa Rodrigues, diretor de Operações da regional Norte da FedEx, explica que o veículo é fundamental para o transporte fluvial que conecta mais de 80 municípios.


“As carretas são movidas em balsas pelo Rio Amazonas, diariamente, de acordo com o horário da maré, entre Belém, Manaus, Macapá e Santarém”.


O grupo de drogarias RaiaDrogasil inaugurou em fevereiro um novo centro em Benevides, com investimentos de R$ 50 milhões e 11.220m².


“O Pará, principalmente Belém, tem uma grande população, e com renda. A maneira de atender a essa demanda é estando lá, saindo de uma estratégica mais nacional e indo para uma mais regional”, diz Eduardo Terra, presidente da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo.


Fonte: Agência O Globo/DOL


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