O WhatsApp é popular em todo o mundo, mas nunca decolou nos EUA. De olho no novo mercado, a plataforma começa a revelar sua estratégia de domínio
Para muitos usuários ao redor do mundo, o WhatsApp é a internet. É onde mais de 2 bilhões de pessoas conversam com seus amigos, pedem comida, mandam dinheiro, compram roupas e muito mais. Tornou-se um verdadeiro super app, semelhante ao WeChat na China, com um grande número de usuários.
Mas o WhatsApp nunca pegou da mesma forma nos EUA. Há muitas razões para isso:
A popularidade e os efeitos de rede do iMessage da Apple;
Taxas relativamente baratas
E agora em grande parte inexistentes de SMS, a conexão próxima dos usuários com suas operadoras e muitos velhos hábitos e inércia para inicializar.
O WhatsApp sempre se interessou pelo mercado americano, mas muitas vezes parecia vê-lo como uma prioridade menor do que crescer em mercados em desenvolvimento em todo o mundo. A exemplo do Brasil, onde possui cerca de 120 milhões de usuários.
E agora? Qual é a estratégia?
O WhatsApp está pronto para fazer um verdadeiro impulso nos EUA — e está fazendo seu caso baseado na privacidade. A primeira campanha de marketing do WhatsApp nos Estados Unidos começa neste fim de semana, com um comercial programado para ir ao ar durante os playoffs da NFL no domingo. O comercial, chamado "Doubt Delivered", insiste na falta de segurança no SMS e na privacidade que vem com a criptografia de ponta a ponta do WhatsApp. Imagine se o carteiro abrisse suas cartas, o anúncio diz: é assim que é usar SMS.
A ironia, é claro, é que o WhatsApp é propriedade da Meta, a empresa com talvez a pior reputação de privacidade de qualquer empresa nos EUA no momento. (O que pode ajudar a explicar por que o nome e o logotipo meta só aparecem brevemente, em letras pequenas, nos últimos momentos do anúncio.) A inércia para os usuários americanos será difícil de quebrar; a associação Meta pode ser ainda mais difícil.
Mas é claro que o WhatsApp fala sério sobre crescer nos EUA, e pode ter um grande caminho pela frente. A empresa passou o último ano melhorando a privacidade do serviço, trabalhando na resolução de alguns de seus muitos problemas com desinformação viral, e construindo-o em um serviço multiplataforma que é ao mesmo tempo mais poderoso e mais útil do que o SMS antigo.
(História publicada originalmente no Protocol)
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